Imagem de Grover Krantz arriscou sua vida científica por defender o Pé Grande no megacurioso

O antropólogo tinha uma carreira renomada e brilhante, mas suas crenças arruinaram tudo

Nascido em 1931, Grover Sanders Krantz foi um professor, criptozo&oacute;logo e antrop&oacute;logo norte-americano, autor de mais de 60 artigos acad&ecirc;micos e 10 livros sobre a evolu&ccedil;&atilde;o humana, com pesquisas realizadas na China, na Europa e na Ilha de Java.
No entanto, Krantz tamb&eacute;m destinou boa parte de sua vida para estudar e defender de maneira ferrenha a exist&ecirc;ncia do <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/118393-6-vezes-que-o-pe-grande-apareceu-para-marcar-a-historia-videos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">P&eacute; Grande</a>, arrebanhando dezenas de cr&iacute;ticos que tiraram cr&eacute;dito de seus outros trabalhos devido &agrave; sua cren&ccedil;a em algo folcl&oacute;rico.
Acusado de propagar uma "ci&ecirc;ncia marginal", o homem perdeu bolsas de pesquisa, promo&ccedil;&otilde;es no trabalho, prest&iacute;gio e at&eacute; teve sua vida pessoal afetada &mdash; incluindo o div&oacute;rcio com Evelyn Einstein, que era a filha adotiva de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118071-albert-einstein-o-que-aconteceu-com-os-filhos-do-genio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Albert Einstein</a>. Apesar de tudo isso, ele n&atilde;o desistiu.
Segundo o&nbsp;Science Daily, a carreira de Krantz foi marcada por assuntos controversos, como a vez que ele defendeu a preserva&ccedil;&atilde;o dos restos do Homem Kennewick, um esqueleto paleo-americano e pr&eacute;-hist&oacute;rico encontrado no leito do Rio Columbia, em 28 de julho de 1996.
<h2>Resistindo at&eacute; o fim</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/11/11184640765452.jpg" alt="(Fonte: Retriverman/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Retriverman/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Interpretando o papel do t&iacute;pico cientista solit&aacute;rio devido ao tipo de temas que defendia, Krantz tamb&eacute;m batalhou 8 meses contra um c&acirc;ncer no p&acirc;ncreas, at&eacute; sua morte em 14 de fevereiro de 2002. No entanto, enganava-se aquele que acreditava que o estudioso viraria as costas para a ci&ecirc;ncia em seu fim.
Krantz n&atilde;o teve um vel&oacute;rio, em vez disso, ele deixou em seu testamento que seu corpo fosse doado para a fazenda de corpos da Universidade de Tennessee, onde s&atilde;o feitos estudos sobre as taxas de degenera&ccedil;&atilde;o do corpo humano para ajudar em investiga&ccedil;&otilde;es forenses.&nbsp;
Al&eacute;m de estudado pela ci&ecirc;ncia, ele queria que fosse visto por dentro por milhares de pessoas, e fosse preservado ao lado de seus preciosos cachorros.&nbsp;
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Vintage News Daily&nbsp;" data-fonte-url="https://1.bp.blogspot.com/-qYpzob7_3RM/XpoEY78Kd5I/AAAAAAADxLA/Tlu5kjuJWQw6fkRD0t-wy5fUCBZMDaa3wCLcBGAsYHQ/s1600/skeletons-of-grover-krantz-and-his-dog-at-museum.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/11/11184739032454.jpg" alt="(Fonte: Vintage News Daily/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Vintage News Daily/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 2003, seus restos mortais foram enviados para o Museu Nacional de Hist&oacute;ria Natural da Institui&ccedil;&atilde;o Smithsonian para uma exibi&ccedil;&atilde;o, feita em 2009. Chamada Escrito em Osso: Arquivos Forenses do Chesapeake do S&eacute;culo XVII, a exposi&ccedil;&atilde;o mostrava o esqueleto articulado de Grover Krantz com seu c&atilde;o Clyde, da ra&ccedil;a L&eacute;brel irland&ecirc;s.
&ldquo;Fui professor durante toda a minha vida e acho que posso muito bem ser professor depois de morrer. Ent&atilde;o por que simplesmente n&atilde;o doar meu corpo &agrave; Ci&ecirc;ncia?&rdquo;, disse ele ao antrop&oacute;logo David Hunt, segundo a mat&eacute;ria do Smithsonian Magazine.
Atualmente, a descri&ccedil;&atilde;o na placa ao lado da vitrine onde est&aacute; o que sobrou de Krantz o identifica apenas como um antrop&oacute;logo que amava seus c&atilde;es. N&atilde;o h&aacute; men&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica sobre seus trabalhos, mas o seu legado na comunidade cient&iacute;fica permanece, t&atilde;o controverso quanto complexo, no reflexo confuso de um homem com a mente brilhante que foi desprezado pelos colegas da Ci&ecirc;ncia e enaltecido por conspiradores, crentes e supersticiosos.&nbsp;

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Grover Krantz arriscou sua vida científica por defender o Pé Grande

Imagem de Como os vulcões são formados? no megacurioso

Do movimento das placas tectônicas à formação do cone

Estima-se que os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119301-vulcao-de-lama-causou-grande-explosao-no-mar-caspio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vulc&otilde;es</a> s&atilde;o respons&aacute;veis por criarem 80% da superf&iacute;cie terrestre, servindo como base para que a vida prosperasse dela atrav&eacute;s de nutrientes que emergem das rochas vulc&acirc;nicas depois que se espalham pelas paisagens os rios de lavas resultantes de massivas erup&ccedil;&otilde;es.
Atualmente, existem cerca de 1.500 vulc&otilde;es ainda considerados ativos em todo o mundo, dos quais 161 ficam no territ&oacute;rio dos Estados Unidos, sendo que 75% est&atilde;o posicionados ao redor do Anel de Fogo: uma zona em forma de ferradura com cerca de 74 mil quil&ocirc;metros de comprimento, indo do extremo sul da Am&eacute;rica do Sul at&eacute; a costa oeste da Am&eacute;rica do Norte.
Vale ressaltar que, apesar de os vulc&otilde;es estarem no anel, eles n&atilde;o est&atilde;o geologicamente conectados, ou seja, uma erup&ccedil;&atilde;o na Indon&eacute;sia n&atilde;o desencadearia uma l&aacute; no Alasca.
<h2>O que acontece</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;ThoughtCo&nbsp;" data-fonte-url="https://www.thoughtco.com/thmb/dTXDjXH1pgn4UaV8Xo9lJcLFf4g=/1271x1271/smart/filters:no_upscale()/GettyImages-608873707-f359835d93ea4f0b95a50cbeeb839c05.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/11/11185232568461.jpg" alt="(Fonte: ThoughtCo/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: ThoughtCo/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Muitos vulc&otilde;es no mundo se formam ao longo dos limites das <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116558-ressurreicao-placa-tectonica-perdida-e-encontrada-no-pacifico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">placas tect&ocirc;nicas</a> da Terra, geralmente quando elas colidem, com uma delas mergulhando bem abaixo da outra, em uma &aacute;rea de converg&ecirc;ncia conhecida como &ldquo;zona de subduc&ccedil;&atilde;o&rdquo;.
Conforme a massa terrestre que desce afunda mais na Terra, a temperatura e a press&atilde;o aumentam, liberando &aacute;gua das rochas, que reduz a ponto de fus&atilde;o da rocha sobrejacente, formando o magma que pode abrir caminho para a superf&iacute;cie.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/11/11185424616464.jpg" alt="(Fonte: Slideplayer/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Slideplayer/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Outra maneira de surgirem os vulc&otilde;es &eacute; atrav&eacute;s do &ldquo;vulcanismo de ponto quente&rdquo;. Esses &ldquo;pontos quentes&rdquo; s&atilde;o fragmentos de anomalia termal no interior da Terra, ligados pelo sistema de convec&ccedil;&atilde;o mant&eacute;lica (movimento lento do manto rochoso causado por correntes que transportam calor do interior da Terra para sua superf&iacute;cie) e respons&aacute;veis pelo vulcanismo que acontece no interior das placas tect&ocirc;nicas.
Nesse caso, a zona de atividade magn&eacute;tica (ou um ponto quente) no meio de uma placa tect&ocirc;nica pode empurrar para cima atrav&eacute;s da crosta terrestre e formar um vulc&atilde;o. E embora esse ponto de acesso seja considerado em grande parte estacion&aacute;rio, as placas tect&ocirc;nicas continuam empurrando at&eacute; construir uma linha de vulc&otilde;es ou ilhas na superf&iacute;cie.
Quando o movimento das placas tect&ocirc;nicas acontece na &ldquo;zona de limites construtivos&rdquo;, onde ocorre a forma&ccedil;&atilde;o da litosfera quando as placas est&atilde;o se afastando, a crosta terrestre &eacute; separada para criar um caminho para a subida do magma quente at&eacute; a superf&iacute;cie, podendo finalmente resultar na forma&ccedil;&atilde;o de vulc&otilde;es com seu resfriamento.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/11/11185624617466.jpg" alt="Vulc&atilde;o Paricut&iacute;n. (Fonte: World Atlas/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Vulc&atilde;o Paricut&iacute;n. (Fonte: World Atlas/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O Paricut&iacute;n &eacute; considerado&nbsp;o vulc&atilde;o mais jovem do mundo e o &uacute;nico que o homem viu nascer. Localizado no estado de Michoac&aacute;n, no M&eacute;xico, ele surgiu em 1943 no local onde era uma plan&iacute;cie que servia como solo econ&ocirc;mico para os povos locais que dependiam do milho que l&aacute; era cultivado.
O vulc&atilde;o encerrou sua atividade s&oacute; em 1952, ano em que parou de crescer ap&oacute;s alcan&ccedil;ar 424 metros de altura. O Paricut&iacute;n &eacute; um vulc&atilde;o monogen&eacute;tico, ou seja, que nunca mais entrar&aacute; em erup&ccedil;&atilde;o.

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Como os vulcões são formados?

Imagem de O Grande Incêndio de Londres causou ira e sede de vingança no megacurioso

Em uma época de tensão, um culpado era tudo o que os habitantes queriam

Em setembro de 1666, antes que se extinguissem as chamas que consumiram a cidade de Londres por mais de 5 dias, os cidad&atilde;os j&aacute; haviam encontrado os culpados por t&ecirc;-lo come&ccedil;ado: os cat&oacute;licos, holandeses e franceses.
Os cat&oacute;licos, porque h&aacute; muito planejavam a queda da na&ccedil;&atilde;o protestante, e por isso teriam lan&ccedil;ado uma f&uacute;ria ardente sobre todos eles, ou os holandeses e franceses, devido &agrave; guerra &aacute;rdua contra a Inglaterra que travavam na &eacute;poca, sendo o fogo uma &oacute;tima maneira de fazer a cidade "se ajoelhar" de uma vez por todas.
<h2>Pagando na mesma moeda</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/10/10220238113020.jpg" alt="(Fonte: VEJA/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: VEJA/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Antes que o inferno acabasse, alguns cidad&atilde;os arrastaram um padeiro holand&ecirc;s de seu com&eacute;rcio para que uma turba de londrinos o destru&iacute;sse. Por pouco o homem n&atilde;o foi enforcado, mas foi salvo pelo duque de York. Os seios de uma francesa foram serrados por homens que pensavam que as mulheres carregavam o fogo que havia come&ccedil;ado tudo aquilo. Do outro lado da cidade, um homem franc&ecirc;s quase foi esquartejado pela multid&atilde;o que acreditava que ele possu&iacute;a pequenas bombas incendi&aacute;rias.
Entre sangue, fuma&ccedil;a e fuligem que dominavam as ruas de Londres, a necessidade de culpar algu&eacute;m era muito forte. De acordo com Adrian Tinniswood, autor de By Permission of Heaven: The Story of the Great Fire, os londrinos sentiam que Deus n&atilde;o podia ter lan&ccedil;ado a morte sobre eles, principalmente depois da <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/119389-esqueleto-de-5-mil-anos-seria-de-vitima-de-peste-bubonica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Peste</a>, ent&atilde;o aquilo precisava ser um ato de guerra &mdash; mas n&atilde;o era.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/10/10220330723021.jpg" alt="(Fonte: Historic UK/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Historic UK/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Por volta de 21h, o padeiro Thomas Farriner fechou seu neg&oacute;cio, localizado no centro de Londres, na Pudding Lane, e apagou o fogo de seu forno de biscoitos. Sua filha Hanna, de 23 anos, verificou a cozinha &agrave; meia-noite para se certificar de que o forno estava vazio antes de ir para cama. Uma hora depois, o andar t&eacute;rreo do pr&eacute;dio estava engolfado pela fuma&ccedil;a.
O fogo n&atilde;o demorou a se espalhar. A Grande Londres tinha cerca de mil quil&ocirc;metros quadrados entre as paredes romanas do s&eacute;culo IV, que abrigavam cerca de 80 mil pessoas na &eacute;poca, em um aperto que era uma equa&ccedil;&atilde;o para o caos.
Os edif&iacute;cios grandes, feitos de madeira e gesso em espa&ccedil;os ex&iacute;guos, contribu&iacute;ram para a propaga&ccedil;&atilde;o das chamas, principalmente ap&oacute;s um ver&atilde;o muito seco que os deixou esturricados.
<h2>Ignor&acirc;ncia e caos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/10/10220450582022.jpg" alt="(Fonte: The History Notes/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The History Notes/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O que fez os londrinos suspeitarem de uma conspira&ccedil;&atilde;o foi a maneira como o fogo se comportava, irrompendo em outro lugar mesmo ap&oacute;s ser totalmente contido. No entanto, a causa real era apenas o vento excepcionalmente forte vindo do leste, espalhando as brasas por toda a cidade.
Foi imposs&iacute;vel conter os boatos e as suposi&ccedil;&otilde;es, ainda mais com tudo a favor deles: a imprensa havia sido reduzida a chamas, e h&aacute; duas semanas os ingleses queimaram a cidade portu&aacute;ria holandesa de West-Terchelling, ou seja, aquilo tinha que ser uma retalia&ccedil;&atilde;o.
Quando as pessoas perderam o controle para a sede de vingan&ccedil;a, Carlos II emitiu comunicados reais que foram colocados em lugares que n&atilde;o estavam em chamas para alertar as pessoas de que deveriam dirigir seus esfor&ccedil;os para aplacar o fogar&eacute;u, n&atilde;o tentar encontrar um respons&aacute;vel.
O inc&ecirc;ndio acabou na manh&atilde; de 6 de setembro, deixando mais de 50 mortos entre milhares de feridos. Cerca de 80% da cidade foi queimada, incluindo 87 igrejas e 13,2 casas, deixando 80 mil pessoas desabrigadas e uma d&iacute;vida de 9 milh&otilde;es de euros, em uma &eacute;poca em que a renda da cidade era de apenas 12 mil euros.
<h2>Algu&eacute;m para culpar</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/10/10220610442023.jpg" alt="(Fonte: Look and Learn/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Look and Learn/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A investiga&ccedil;&atilde;o real, que emitiu um relat&oacute;rio entregue ao Parlamento em 22 de janeiro de 1667, concluiu que n&atilde;o houve invas&atilde;o holandesa nem francesa. Contrariado, o povo colocou a culpa nos cat&oacute;licos devido &agrave; luta longa e sangrenta contra o catolicismo e o protestantismo na Inglaterra.
Entretanto, no momento em que as pessoas come&ccedil;aram a atacar os cat&oacute;licos, Robert Hubert confessou o crime, alegando que o inc&ecirc;ndio foi parte de um compl&ocirc; franc&ecirc;s. Filho de um&nbsp;relojoeiro franc&ecirc;s, ele foi parado em Essex ap&oacute;s tentar chegar aos portos da costa leste.&nbsp;Condenado &agrave; morte pelo presidente da Suprema Corte, Robert Hubert foi enforcado em 29 de outubro de 1666, em Tyburn.
Ningu&eacute;m sabe realmente por qual motivo o homem confessou um crime que n&atilde;o havia cometido. Para o conde de Clarendon, contudo, Hubert teria optado por isso porque deveria estar "cansado de sua vida".&nbsp;Seja como for, a confiss&atilde;o do homem serviu para acabar com a ira popular sedenta por um culpado, embora a conspira&ccedil;&atilde;o cat&oacute;lica tenha persistido por anos.
Em 1681, foi colocada uma placa em Pudding Lane, no local onde havia a padaria, com os dizeres: "Aqui, com a permiss&atilde;o do C&eacute;u, o Inferno desabou sobre esta cidade protestante dos cora&ccedil;&otilde;es maliciosos dos papistas b&aacute;rbaros, pela m&atilde;o de seu agente Hubert, que confessou seu mal".
A placa permaneceu no lugar at&eacute; meados do s&eacute;culo XVIII.

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O Grande Incêndio de Londres causou ira e sede de vingança

Imagem de O esquecido e inglório Programa Espacial do Líbano no megacurioso

Durante a guerra, um jovem professor decidiu pôr em prática um sonho de infância

Entre 1975 e 1990, a cidade de Beirute, capital do L&iacute;bano, ent&atilde;o com seus 2 milh&otilde;es de habitantes, foi arrasada pela guerra civil, que a deixou &ldquo;em frangalhos&rdquo;. Foi em meio a esse caos que o pa&iacute;s quis conquistar as estrelas e entrar para a competi&ccedil;&atilde;o norte-americana e sovi&eacute;tica.
O foguete de 5 metros de comprimento que aponta para o c&eacute;u em uma das vias mais elegantes de Beirute, tornou-se uma homenagem ao primeiro programa espacial estudantil do Oriente M&eacute;dio, em uma &eacute;poca ins&iacute;pida que os libaneses preferem esquecer que existiu.
<h2>O sonho de um jovem &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;&nbsp;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/10/10122026738182.jpg" alt="(Fonte: BBC/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: BBC/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 1960, o jovem de 25 anos Manoug Manougian, rec&eacute;m-chegado ao pa&iacute;s, assumiu o cargo de professor no Haigazian College, uma pequena institui&ccedil;&atilde;o arm&ecirc;nia de artes liberais. Desde pequeno, ele foi obcecado por foguetes, aprofundando-se no assunto quando o conflito israelense-palestino fechou as escolas.
Assim que se formou no Texas e construiu seus primeiros minifoguetes enquanto trabalhava em um emprego de ver&atilde;o em Ohio, Manougian se sentia preparado para realizar seu sonho.
Ele assumiu o comando do Clube de Ci&ecirc;ncias de Haigazian no outono de 1960, emitindo convites aos alunos para integrar a Haigazian College Rocket Society (HRS). Sete alunos atenderam ao chamado, e foi assim que os fundamentos do programa espacial do L&iacute;bano nasceram.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/10/10122125520183.jpg" alt="(Fonte: Lebanon Zenith/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Lebanon Zenith/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Enquanto a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119082-robert-hanssen-o-espiao-do-fbi-que-se-vendeu-para-a-uniao-sovietica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Uni&atilde;o Sovi&eacute;tica&nbsp;</a>acumulava mais de US$ 30 bilh&otilde;es para seus<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115550-a-missao-soyuz-11-foi-a-maior-tragedia-espacial-sovietica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;projetos espaciais</a>, Manougian tinha menos de US$ 300 mil para gastar ao longo de seis anos. Sem acesso a instala&ccedil;&otilde;es de testes adequadas, o professor disparava seus prot&oacute;tipos do quintal da casa de um membro da sociedade, correndo o risco de causar resultados perigosos &mdash; eles chegaram a poucos metros de atingir uma igreja ortodoxa grega durante um lan&ccedil;amento.
No in&iacute;cio de 1961, com a progress&atilde;o da qualidade de seus propelentes qu&iacute;micos e dos experimentos dos alunos, os foguetes de Manougian come&ccedil;aram a ganhar mais altitude, viajando quase 3 quil&ocirc;metros. Um ano mais tarde, o Cedar 2 atingiu 10 quil&ocirc;metros, tornando o HRS um fen&ocirc;meno que contrariava as estat&iacute;sticas.
<h2>A ci&ecirc;ncia contra a gan&acirc;ncia</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/10/10122307676184.jpg" alt="(Fonte: Inside Hook/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Inside Hook/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com a chegada de um contingente do ex&eacute;rcito liban&ecirc;s, o empreendimento de Manougian finalmente decolou. Em 1964, com acesso &agrave; per&iacute;cia bal&iacute;stica e campos de testes militares, os foguetes do grupo, rebatizado &ldquo;Sociedade de Foguetes Libaneses&rdquo;, alcan&ccedil;aram at&eacute; 225 quil&ocirc;metros. Um bando de jovens, liderados por um acad&ecirc;mico t&atilde;o jovem quanto, foi colocado em uma posi&ccedil;&atilde;o significativa em rela&ccedil;&atilde;o os maiores e mais ricos pa&iacute;ses que desafiavam o poderio do espa&ccedil;o.
No entanto, o projeto que havia come&ccedil;ado de maneira pac&iacute;fica, saiu do controle. Eles quase atingiram um cruzador naval brit&acirc;nico no Mediterr&acirc;neo em 1966, al&eacute;m de perturbar as autoridades cipriotas que estavam insatisfeitas com o volume de foguetes e bombardeamentos em seu territ&oacute;rio.
Manougian n&atilde;o revelou qual l&iacute;der de outro pa&iacute;s &aacute;rabe ofereceu &agrave; equipe muitas riquezas para continuarem seu trabalho a servi&ccedil;o de seu governo, por&eacute;m o professor decidiu que j&aacute; era o suficiente. Para ele, as implica&ccedil;&otilde;es come&ccedil;aram quando converteram a experimenta&ccedil;&atilde;o cient&iacute;fica deles em militar.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/10/10122443770185.jpg" alt="(Fonte: Quora/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Quora/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ao ficar claro para o acad&ecirc;mico que o interesse dos militares era usar os foguetes como arma, ele entendeu que era o momento de encerrar o projeto e retornar para os Estados Unidos. Foi em tempo, visto que em 1967 eclodiu a Guerra dos Seis Dias no L&iacute;bano, ap&oacute;s tantas tens&otilde;es entre Israel, Egito, S&iacute;ria e Jord&acirc;nia.
Aquele marcou o in&iacute;cio de uma longa derrocada para a ci&ecirc;ncia libanesa, que perdeu muitos talentos de seu pa&iacute;s e impediu que ele progredisse de alguma forma. Como consequ&ecirc;ncia, as poucas oportunidades de destaque submergiram nas sombras da hist&oacute;ria assim como a promissora Sociedade de Foguetes Libaneses.

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O esquecido e inglório Programa Espacial do Líbano

Imagem de Disney World no Brasil: em 1961, JK quase tornou isso possível no megacurioso

Foi o mais perto que chegamos de conhecer o Mickey Mouse em terras brasileiras

N&atilde;o &eacute; de hoje que existe a vontade de alguns em ter um <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117599-15-fatos-sobre-a-disney-que-voce-provavelmente-nao-sabia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Walt Disney World</a> no Brasil, visto que existem parques fora do complexo de Orlando e da Calif&oacute;rnia, como em Paris e Hong Kong. Al&eacute;m disso, ouvimos falar direto a not&iacute;cia de que algum &oacute;rg&atilde;o est&aacute; em negocia&ccedil;&atilde;o para isso.
Contudo, em fevereiro de 2019, o ent&atilde;o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, declarou para a imprensa que estaria em negocia&ccedil;&atilde;o com Francis Xavier Suarez, prefeito de Miami, para tornar poss&iacute;vel esse sonho dos brasileiros.
Por outro lado, ao ser procurada pela m&iacute;dia, a assessoria do Walt Disney World declarou: &ldquo;A Disney est&aacute; sempre buscando caminhos para expandir seus neg&oacute;cios e, como parte desse processo, conversa com diferentes entidades. Embora o Brasil seja um mercado atrativo, no momento n&atilde;o h&aacute; planos para a constru&ccedil;&atilde;o de parques na regi&atilde;o&rdquo;.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;G1 Globo&nbsp;" data-fonte-url="https://s2.glbimg.com/NtMFOHTlmRBHbCKEJFNYfSBOTMo=/0x0:3984x2656/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/A/q/ZxQCxhS8GGT2z23U0BHA/witzel.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/09/09181735763360.jpg" alt="(Fonte: G1 Globo/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: G1 Globo/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ainda assim, o pronunciamento da empresa n&atilde;o abalou Witzel, que seguiu falando sobre o assunto e alegando que os representantes da Disney estavam "menos refrat&aacute;rios" &agrave; ideia de criar um parque de divers&atilde;o do grupo no Rio de Janeiro do que nas negocia&ccedil;&otilde;es anteriores. Ele, inclusive, disse que havia-se encontrado com representantes do setor de turismo no hotel Copacabana Palace. Ent&atilde;o,&nbsp; n&atilde;o demorou muito para que o assunto se dissipasse como uma esperan&ccedil;a de milhares de brasileiros em conhecer pessoalmente o Mickey Mouse.
<h2>Sonho antigo</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Correio de Carraj&aacute;s&nbsp;" data-fonte-url="https://s2.glbimg.com/iYnVacjmPL-nWESDswmvai-sJSw=/0x0:1280x720/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/R/M/4AIkyASDCMTLRHTu8h7w/whatsapp-image-2019-02-06-at-10.21.37.jpeg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/09/09181933138361.jpeg" alt="(Fonte: Correio de Carraj&aacute;s/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Correio de Carraj&aacute;s/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Apesar disso tudo, a hist&oacute;ria de trazer o complexo Disney para o Brasil &mdash; e suas promessas &mdash; n&atilde;o &eacute; algo novo. Foi em 1961 que os brasileiros chegaram perto disso acontecer, quando <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/115186-nao-foi-so-a-covid-que-doencas-ja-influenciaram-a-politica-nacional.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Juscelino Kubitschek</a> e o pr&oacute;prio Walt Disney sentaram para negociar a vinda do Mickey Mouse para o nosso pa&iacute;s, em uma &eacute;poca em que o Walt Disney World ainda n&atilde;o era um imenso resort.
No final da d&eacute;cada de 1950, com o sucesso estrondoso do primeiro parque constru&iacute;do na Calif&oacute;rnia, Walt Disney procurava expandir seu empreendimento para outros lugares, e foi assim que ele chegou no sonho de JK de construir uma Disneyl&acirc;ndia no Brasil.
Naquela &eacute;poca, Bras&iacute;lia ainda estava sendo constru&iacute;da, portanto, havia amplas terras que ainda precisavam ser exploradas, tornando perfeito o desenvolvimento de um parque no cora&ccedil;&atilde;o do pa&iacute;s.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/09/09182041669362.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O ex-presidente chegou a ir com sua fam&iacute;lia at&eacute; a Calif&oacute;rnia para conhecer o funcionamento do parque, enquanto estava fazendo os acordos com o governo dos Estados Unidos e o criador do empreendimento.
Contudo, tudo falhou quando a Disney estabeleceu suas condi&ccedil;&otilde;es: o local onde seria constru&iacute;do o parque deveria ter um sistema tribut&aacute;rio pr&oacute;prio, regulando licen&ccedil;as e impostos. Em adi&ccedil;&atilde;o a isso, as leis de fiscaliza&ccedil;&atilde;o brasileiras seriam totalmente ignoradas, ou seja, a constru&ccedil;&atilde;o se tornou um p&eacute;ssimo neg&oacute;cio para o Brasil.
Diante disso, Juscelino discordou, encerrando as negocia&ccedil;&otilde;es entre ele e o grande empres&aacute;rio. O segundo parque foi inaugurado em Orlando, na Fl&oacute;rida, e se tornou a emblem&aacute;tica imagem do entretenimento mundial que atrai milhares de pessoas por ano.

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Disney World no Brasil: em 1961, JK quase tornou isso possível

Imagem de Em 1896, entrava em vigor a lei que proibia cuspir em público em NY no megacurioso

A prática foi considerada uma maneira de disseminar a tuberculose

De acordo com um artigo de 1884 publicado pelo Akron Law Review, um grupo de mulheres membros da Associa&ccedil;&atilde;o de Mulheres de Prote&ccedil;&atilde;o &agrave; Sa&uacute;de (LHPA) abriu um processo contra um homem chamado Michael Kane, propriet&aacute;rio de um dep&oacute;sito de esterco gigante em sua vizinhan&ccedil;a, em Beekman Place (Nova York, EUA).
A queixa era porque Kane tinha uma pilha de esterco de 9 metros de altura que cobria 2 quarteir&otilde;es da cidade. Esse seu empreendimento lhe rendia US$ 300 mil por ano e empregava 150 trabalhadores, que coletavam o estrume dos est&aacute;bulos e o vendiam como fertilizante para fazendeiros fora de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118817-apagao-de-1977-quando-nova-york-ficou-25-horas-sem-energia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nova York</a>.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/09/09180201278347.png" alt="(Fonte: Ephemeral New York/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Ephemeral New York/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 20 de dezembro daquele ano, diante de um j&uacute;ri de 10 membros, as mulheres da LHPA declararam que o cheiro era muito "desagrad&aacute;vel, assustador e simplesmente insuport&aacute;vel". Elas n&atilde;o podiam nem sequer abrir as janelas de suas casas para desfrutar do ar fresco da cidade porque temiam que o esterco representasse um perigo &agrave; sa&uacute;de de seus filhos. Ao todo, elas afirmaram que o inc&ocirc;modo p&uacute;blico deveria ser removido.
Ali come&ccedil;ou a revolu&ccedil;&atilde;o do poder da LHPA no combate contra os problemas de sa&uacute;de p&uacute;blica da cidade.
<h2>O in&iacute;cio de tudo &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/09/09180256059350.png" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em uma &eacute;poca em que era esperado das mulheres serem "apenas" governantas das pr&oacute;prias casas, o grupo percebeu que elas s&oacute; seriam ouvidas e n&atilde;o consideradas &ldquo;loucas, irracionais e delicadas&rdquo; se trabalhassem juntas, tornando-se "governantas municipais".
A LHPA passou a olhar para as amea&ccedil;as &agrave; sa&uacute;de p&uacute;blica de sua comunidade em 1882, quando o bacteriologista alem&atilde;o Robert Koch identificou o germe mais procurado do mundo: o&nbsp;Mycobacterium tuberculosis. Este matava uma pessoa em cada sete nos Estados Unidos (EUA) e na Europa no final do s&eacute;culo XIX. Associando a&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118126-tuberculose-o-que-e-quais-sao-os-sintomas-ela-tem-cura.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tuberculose</a> a uma bact&eacute;ria, Koch abriu as portas para campanhas de sa&uacute;de p&uacute;blica que visavam prevenir a dissemina&ccedil;&atilde;o do micro-organismo.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Guardian&nbsp;" data-fonte-url="https://i.guim.co.uk/img/static/sys-images/Guardian/About/General/2013/9/25/1380117778568/A-public-health-poster-fr-008.jpg?width=300&amp;quality=45&amp;auto=format&amp;fit=max&amp;dpr=2&amp;s=deb19c74eea7c494acf74e7f531b7885"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/09/09180355903351.jpg" alt="(Fonte: The Guardian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Guardian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Durante 6 anos, a LPHPA fez campanha por medidas de prote&ccedil;&atilde;o com os grupos do Comit&ecirc; Anti-Tuberculose do Brooklin e da Associa&ccedil;&atilde;o Nacional de Tuberculose. Em 1896, elas conseguiram erguer um decreto incomum na hist&oacute;ria: ficou proibido em Nova York todo o ato de expectora&ccedil;&atilde;o, mais conhecido como cuspe, em local p&uacute;blico.
A princ&iacute;pio, para conscientizar sobre a nova ilegalidade, foram colocadas placas ao longo da cidade para lembrar as pessoas de n&atilde;o cuspirem. No entanto, em 1909, um comiss&aacute;rio de Sa&uacute;de passou a instruir oficiais de Sa&uacute;de a prenderem qualquer pessoa que eles vissem cuspindo nas cal&ccedil;adas e plataformas do metr&ocirc;.
<h2>O esquadr&atilde;o da higiene</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/09/09180536450353.jpg" alt="(Fonte: Bloomerang/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Bloomerang/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Chamado "o esquadr&atilde;o sanit&aacute;rio", esses policiais da higiene reuniam centenas de cuspidores e os conduziam ao tribunal, onde eram sujeitos a multas de at&eacute; US$ 2. No entanto, isso se mostrou ineficaz, ent&atilde;o os grupos passaram a distribuir panfletos informativos sobre os supostos perigos da expectora&ccedil;&atilde;o, incluindo a tuberculose.
Apesar de n&atilde;o evitar que as pessoas contra&iacute;ssem a doen&ccedil;a, isso pode ter ajudado a prevenir a propaga&ccedil;&atilde;o dela para outras pessoas &mdash; muitos que expectoravam pelas ruas foram presos durante a pandemia de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119391-a-gripe-espanhola-deu-origem-a-organizacao-mundial-da-saude.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Gripe Espanhola de 1918</a>. A LHPA temia que os escarros cuspidos, principalmente pelos homens, grudassem na bainha dos vestidos longos e facilitassem a dissemina&ccedil;&atilde;o.
Embora houvesse contras que os m&eacute;dicos n&atilde;o faziam ideia na &eacute;poca, a cria&ccedil;&atilde;o e a aplica&ccedil;&atilde;o da lei que proibiu cuspir em Nova York foi estendida para outras 150 cidades dos Estados Unidos, destacando a amea&ccedil;a que a tuberculose representava.&nbsp;
Bem, se ela n&atilde;o preveniu que as pessoas fossem infectadas, ao menos estabeleceu limites para o comportamento do cidad&atilde;o em p&uacute;blico.

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Em 1896, entrava em vigor a lei que proibia cuspir em público em NY

Imagem de "One-Cent Magenta": o raro selo leiloado por quase US$ 10 milhões no megacurioso

O selo postal foi até propriedade de um notório assassino

O One-Cent Magenta da Guiana Inglesa de 1856 &eacute; uma rel&iacute;quia hist&oacute;rica conhecida como o &ldquo;selo mais raro do mundo&rdquo; &mdash; e tamb&eacute;m o mais caro. Em 5 de junho de 2021, o pequenino peda&ccedil;o octogonal de papel, com um carimbo postal e a ilustra&ccedil;&atilde;o de um navio de tr&ecirc;s mastros, foi leiloado por R$ 9,5 milh&otilde;es em Nova York, ap&oacute;s ficar em exibi&ccedil;&atilde;o na casa de leil&otilde;es Sotheby&rsquo;s, em Londres.
Ao longo dos s&eacute;culos, o selo foi passando de m&atilde;o em m&atilde;o antes de ser localizado pelo Conde Philip La R&eacute;noti&egrave;re von Ferrary, de Paris, que dedicou a sua vida &agrave; filatelia e reuniu uma cole&ccedil;&atilde;o de selos raros e hist&oacute;ricos.
<h2>Viajante do tempo</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Sputnik News&nbsp;" data-fonte-url="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQe5Xeqpl-bhVzKZ5QfxXEaWV-QVWofui9LQ55vp3XKy8_ZwgtmsB72mlZU5hbdNY3qr9U&amp;usqp=CAU"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/09/09174653864336.jpg" alt="(Fonte: Sputnik News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Sputnik News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A hist&oacute;ria do One-Cent come&ccedil;ou em meados de 1855, quando uma remessa de apenas 5 mil dos 50 mil selos postais chegaram da Gr&atilde;-Bretanha na col&ocirc;nia da Guiana Brit&acirc;nica, na costa norte da Am&eacute;rica do Sul.
Com um lote reduzido, o agente postal local se viu em uma situa&ccedil;&atilde;o dif&iacute;cil em tentar mostrar que as cartas e jornais foram entregues de maneira paga. Ent&atilde;o, ele decidiu emitir um selo provis&oacute;rio s&oacute; para manter a correspond&ecirc;ncia em movimento at&eacute; que mais selos chegassem do exterior.
Para emitir um estoque provis&oacute;rio de selos de 1 centavo (para jornais) e 4 centavos (para cartas), o agente recorreu ao jornal local, o Royal Gazette. Ele tentou ao m&aacute;ximo imitar o design dos selos oficiais emitidos pelo governo.
A imita&ccedil;&atilde;o funcionou e, ap&oacute;s cerca de 8 a 10 semanas, o agente do correio os removeu de circula&ccedil;&atilde;o porque haviam cumprido seu prop&oacute;sito. Visto que o selo de 1 centavo era considerado descart&aacute;vel para as pessoas por ser muito barato, o One Cent Magenta teria-se perdido para sempre se n&atilde;o fosse por um menino escoc&ecirc;s de 12 anos, chamado Vernon Vaughn, que o encontrou entre os pap&eacute;is de seu tio, em 1873.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/09/09174828538337.jpg" alt="(Fonte: The New York Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The New York Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O&nbsp;filatelista em ascens&atilde;o, que n&atilde;o sabia da preciosidade que tinha em m&atilde;os, vendeu o selo por cerca de US$ 10 para comprar um pacote de selos estrangeiros que achou mais atraente. E assim come&ccedil;ou a jornada do One Cent Magenta no decorrer dos anos at&eacute; chegar nas m&atilde;os de Ferrary, que o adquiriu em uma venda privada.
Com o fim da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119035-pesadelo-a-vida-nas-trincheiras-durante-a-1-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial</a>, a cole&ccedil;&atilde;o do conde foi apreendida pela Fran&ccedil;a como parte de suas repara&ccedil;&otilde;es do p&oacute;s-guerra, chegando a pertencer a Arthur Hind, um magnata da ind&uacute;stria t&ecirc;xtil de Nova York e colecionador renomado de selos.
Ap&oacute;s passar por mais algumas m&atilde;os, o &uacute;ltimo propriet&aacute;rio do selo foi John E. du Pont, o herdeiro de uma empresa qu&iacute;mica e assassino do lutador David Schultz, que pagou US$ 935 pelo One-Cent Magenta em um leil&atilde;o em 1980.
Ap&oacute;s a morte de Du Pont na pris&atilde;o, em 2010, o selo foi finalmente leiloado e teve seus fundos revertidos para a caridade.

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'One-Cent Magenta': o raro selo leiloado por quase US$ 10 milhões

Imagem de Rui Barbosa tentou apagar a escravidão da história do Brasil no megacurioso

O então ministro da Fazenda do país só estava pensando no impacto econômico

Advogado, escritor, orador, jurista, diplomata e fil&oacute;logo, Rui Barbosa era considerado um pol&iacute;mata (uma pessoa que det&eacute;m conhecimento em diversos assuntos). Essa intelig&ecirc;ncia acima da m&eacute;dia levou o ent&atilde;o ministro da Fazenda do Brasil de 1890 a tentar apagar sistematicamente &mdash; e de maneira literal &mdash; a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/118715-lei-aurea-entenda-como-foi-a-abolicao-da-escravatura-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">escravid&atilde;o</a> do pa&iacute;s.
Um documento ordenando a elimina&ccedil;&atilde;o dos arquivos nacionais de todos os vest&iacute;gios da escravatura no Brasil foi aprovado pelo Congresso Nacional, que permitiu que fossem queimados livros e registros dos cart&oacute;rios municipais com dados relativos &agrave; compra, venda e transfer&ecirc;ncia de escravizados em solo brasileiro.
Mas por qual motivo?
<h2>Protegendo os culpados</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/05/05143114317059.jpg" alt="(Fonte: Mundo Educa&ccedil;&atilde;o/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Mundo Educa&ccedil;&atilde;o/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
De acordo com o professor Humberto Fernandes Machado, da Universidade Federal Fluminense, acredita-se que Rui Barbosa queria evitar que o Tesouro Nacional fosse obrigado a indenizar os donos de escravizados afetados pela Lei &Aacute;urea institu&iacute;da em 1888.
&ldquo;Os senhores de engenho, fazendeiros e grandes propriet&aacute;rios pensavam em se beneficiar com a Rep&uacute;blica e com as indeniza&ccedil;&otilde;es&rdquo;, deduziu Machado.
Com todos os documentos do pedido sendo queimados em 13 de maio de 1891, &eacute; prov&aacute;vel que uma rep&uacute;blica rec&eacute;m-estabelecida atrav&eacute;s de um <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119477-lincoln-gordon-embaixador-americano-contribuiu-para-o-golpe-de-1964.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">golpe militar</a>, apoiada por antigos senhorios, poderia ter tomado rumo pior se os documentos ainda existissem.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/05/05143242442061.jpg" alt="(Fonte: BBC/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: BBC/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Por outro lado, se os escravizados tivessem acesso ao registro de sua data de compra, eles poderiam reivindicar uma recompensa por terem sido escravizados de maneira ilegal &mdash; conforme a lei promulgada em 7 de novembro de 1831 que proibia o tr&aacute;fico negreiro no Brasil. No entanto, essa ordem n&atilde;o foi cumprida e mais de 300 mil africanos foram trazidos para o pa&iacute;s ao longo de 15 anos.
Ent&atilde;o &eacute; prov&aacute;vel que eles poderiam ter se beneficiado dessas indeniza&ccedil;&otilde;es, ainda que isso significasse o apagamento da hist&oacute;ria de dor e morte deles que estende ra&iacute;zes at&eacute; hoje.
Encontrada em 2006, uma carta escrita pela princesa Isabel ao visconde de Santa Vit&oacute;ria, s&oacute;cio do Banco de Mau&aacute;, mostra a inten&ccedil;&atilde;o da mulher de indenizar os ex-escravizados com terras e instrumentos de trabalho para que eles pudessem refazer a vida.

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Rui Barbosa tentou apagar a escravidão da história do Brasil

Imagem de Louis Réard criou o biquíni que revolucionou a Guerra Fria no megacurioso

O que você veste hoje na praia, já foi motivo de multa e censura pela sociedade de 1940

Foi no ver&atilde;o de 1946, &agrave; sombra de um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115935-castle-bravo-a-maior-bomba-nuclear-ja-detonada-pelos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ataque nuclear</a>, que surgiu o biqu&iacute;ni. Quando o engenheiro automotivo franc&ecirc;s Louis R&eacute;ard lan&ccedil;ou o primeiro design moderno para a pe&ccedil;a, o Vaticano o decretou como "pecaminoso", e v&aacute;rios estados dos Estados Unidos (EUA) proibiram seu uso em p&uacute;blico.
Desde a d&eacute;cada de 1930, a sociedade estava acostumada com o estilo europeu do mai&ocirc;, que cobria tudo exceto uma faixa do torso.Ent&atilde;o, a vers&atilde;o ousada de R&eacute;ard, para algo que hoje &eacute; naturalizado, causou tanto estranhamento e vergonha que nem mesmo as modelos queriam us&aacute;-lo de t&atilde;o expostas que se sentiam.
Foi por isso que o franc&ecirc;s contratou a dan&ccedil;arina Micheline Bernardini para estrear sua cria&ccedil;&atilde;o em um concurso de beleza, em 5 de julho de 1946. Foi l&aacute; que R&eacute;ard apelidou aqueles &ldquo;quatro tri&acirc;ngulos do nada&rdquo; de &ldquo;biqu&iacute;ni&rdquo;, em refer&ecirc;ncia ao atol da Ilha do Pac&iacute;fico &mdash; que teve v&aacute;rias ilhas devastadas pelos experimentos nucleares da Opera&ccedil;&atilde;o Crossroads.
<h2>A guerra dos mai&ocirc;s</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/09/09175133229341.jpg" alt="(Fonte: Portal Pepper/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Portal Pepper/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
R&eacute;ard, que assumiu o neg&oacute;cio de lingerie de sua m&atilde;e no in&iacute;cio de 1940, divulgou que o seu "menor mai&ocirc; do mundo" seria t&atilde;o "explosivo" quanto os testes nucleares dos EUA que deslumbrava a todos.&nbsp;A compara&ccedil;&atilde;o fazia sentido, visto que os designers haviam entrado em guerra entre si desde 1943, por causa da lei federal dos Estados Unidos que ordenava que o mesmo tecido sint&eacute;tico usado na produ&ccedil;&atilde;o da pe&ccedil;a fosse reservado para a fabrica&ccedil;&atilde;o de p&aacute;ra-quedas durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119091-jasper-maskelyne-o-magico-que-enganou-a-todos-na-2-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/09/09175407605343.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Mesmo com o fim do conflito, quando a pe&ccedil;a mais barata e f&aacute;cil de produzir de R&eacute;ard chegou &agrave; ind&uacute;stria, a competi&ccedil;&atilde;o entre os designers de mai&ocirc;s, em 1946, foi diretamente associada ao cen&aacute;rio da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119421-aos-10-anos-samantha-smith-tentou-acabar-com-a-guerra-fria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra Fria</a> e das armas de destrui&ccedil;&atilde;o em massa. Al&eacute;m disso, eles tamb&eacute;m viram uma oportunidade de capitalizar ainda mais o pr&oacute;prio produto sobre o m&oacute;rbido medo da aniquila&ccedil;&atilde;o nuclear que as pessoas sentiam.
At&eacute; o governo dos Estados Unidos tentou suavizar a imagem dos testes nucleares ao fazer homenagens &agrave;s beldades de Hollywood nas bombas que produziam, como aconteceu com a atriz Rita Hayworth, que teve sua foto colocada sob a bomba da Opera&ccedil;&atilde;o Crossroads com a frase: &ldquo;Linda, mortal e usando todas as armas de uma mulher&rdquo;.
<h2>Uma revolu&ccedil;&atilde;o "explosiva"</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/09/09175515558345.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Foi naquela mesma semana que R&eacute;ard anunciou seu biqu&iacute;ni, um exemplo duradouro de como a ind&uacute;stria se aproveitava da Guerra Fria, levando ao p&eacute; da letra o ditado de que &ldquo;tudo &eacute; justo no amor e na guerra&rdquo;. Na &eacute;poca em que a sexualiza&ccedil;&atilde;o do corpo da mulher atingiu o &aacute;pice no pa&iacute;s, a cria&ccedil;&atilde;o de R&eacute;ard significou apenas um dos fen&ocirc;menos do capitalismo do p&oacute;s-guerra.
A Guerra Fria ficou marcada como o per&iacute;odo em que os americanos mais adquiriram bens de consumo e todos os tipos de produto s&oacute; venderam porque os anunciantes tentaram fazer sentido daquela iminente sensa&ccedil;&atilde;o de morte.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/09/09175631637346.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O biqu&iacute;ni vendeu muito e se popularizou porque as mulheres deixaram de lado o medo de mostrar suas barrigas, apoiadas na possibilidade de que talvez n&atilde;o fossem ter a oportunidade de usar algo como aquilo com o fim do mundo t&atilde;o pr&oacute;ximo.
Era o mundo da moda adicionando plut&ocirc;nio na batalha entre o capitalismo e o comunismo.

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Louis Réard criou o biquíni que revolucionou a Guerra Fria

Imagem de A relíquia histórica americana encontrada por 2 garotos no megacurioso

Ainda é um mistério o que o artefato estava fazendo no local onde foi resgatado

Era 1959 quando o Instituto Smithsonian recebeu uma carta da Sra. James Shirley C. Wade, oferecendo para vender uma tela de linho com o retrato a tinta de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/105783-o-que-ha-na-sala-secreta-atras-do-monte-rushmore.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Thomas Jefferson</a>, o terceiro presidente dos Estados Unidos.
O retrato era emoldurado por um halo de estrelas e com uma &aacute;guia no topo da imagem, como se o carregasse, pairando de maneira vitoriosa. De seu bico escorria uma fita onde estava escrito: &ldquo;T. Jefferson Presidente dos Estados Unidos. John Adams n&atilde;o existe mais&rdquo;.
A imagem foi criada em meio a uma campanha eleitoral amarga que exigiu a interven&ccedil;&atilde;o do Congresso para entregar a vit&oacute;ria de Jefferson, tendo o sistema de vota&ccedil;&atilde;o t&atilde;o falho quanto as leis vigentes.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Peoplepill&nbsp;" data-fonte-url="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQHoQrakDLmKAXPaPotEDnN1tTNKVi6oh6a0IMWy3misL4ISWVLcdppRfDPzuVNEia0uqo&amp;usqp=CAU"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/05/05144105099076.jpeg" alt="Thomas Jefferson. (Fonte: Peoplepill/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Thomas Jefferson. (Fonte: Peoplepill/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Toda a elei&ccedil;&atilde;o foi marcada pelos republicanos do lado de Jefferson acusando John Adams de conspirar para estabelecer uma nova monarquia alinhada com os brit&acirc;nicos. Por outro lado, os federalistas que lutavam com Adams apontavam que o "&iacute;mpio" Jefferson acabaria com a religi&atilde;o na rep&uacute;blica.
<h2>A rel&iacute;quia enterrada</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/05/05143727973069.jpg" alt="(Fonte: The Vintage News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Vintage News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Apesar de todo o drama hist&oacute;rico por tr&aacute;s do retrato, a maior pergunta era: como a Sra. Wade possu&iacute;a uma rel&iacute;quia t&atilde;o significativa para a hist&oacute;ria americana?&nbsp;De acordo com a mulher, seu filho Craig Wade, de 15 anos, com seu irm&atilde;o Richard, descobriu a tela em uma vala em uma ferrovia perto de Pittsfield, Massachusetts, em 1958. Craig a levou para casa e simplesmente pregou-a na parede de seu quarto.
A fam&iacute;lia s&oacute; percebeu a import&acirc;ncia da tela depois que os irm&atilde;os passaram a se revezar para lev&aacute;-la &agrave; escola e mostrar aos amigos. Quando um dos professores viu a imagem, ele recomendou que ela fosse apresentada a um museu local porque poderia ter muito valor para a hist&oacute;ria.
Foi a Sra. Wade quem levou a rel&iacute;quia at&eacute; um comit&ecirc; de professores da Universidade de Harvard. Ap&oacute;s um exame da obra, eles concordaram que o artefato era aut&ecirc;ntico e deveria estar em um museu porque era um dos poucos artefatos que sobraram da elei&ccedil;&atilde;o de 1800.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/05/05143831333074.png" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&ldquo;Todos n&oacute;s, da Sociedade Hist&oacute;rica de Massachusetts, est&aacute;vamos convencidos de sua autenticidade indubit&aacute;vel e o consideramos um item realmente not&aacute;vel&rdquo;, relatou Luman Butterfield, editor-chefe do The Adams Papers, em entrevista ao The Smithsonian Magazine.
Ap&oacute;s isso, v&aacute;rias institui&ccedil;&otilde;es fizeram ofertas a Sra. Wade antes que ela mandasse sua carta ao instituto. Os jornais informaram que ela teria recebido uma proposta de US$ 100 &mdash; considerado um valor muito expressivo para a &eacute;poca.
Para adquirir a imagem, o museu procurou o advogado Ralph E. Becker, que usou seus contatos pol&iacute;ticos e conseguiu que Clarence Barnes, o ex-procurador-geral de Massachusetts, aconselhasse a fam&iacute;lia Wade durante a negocia&ccedil;&atilde;o de venda do artefato. A princ&iacute;pio, a Sra. Wade pediu US$ 5 mil pelo objeto, mas cedeu &agrave; proposta de US$ 2 mil feita pelo Sr. Becker.
Craig e Richard Wade nunca souberam a relev&acirc;ncia que tinha o achado. No final das contas, se n&atilde;o fosse pelas f&eacute;rias de ver&atilde;o, os dois garotos jamais teriam encontrado aquele tesouro nacional.&nbsp;No entanto, o mist&eacute;rio ainda prevalece sobre como o retrato hist&oacute;rico da elei&ccedil;&atilde;o de 1800 foi parar em um buraco &agrave;s margens de uma ferrovia.

Julio Cezar de Araujo