Estudo sugere que sonâmbulos são mais multitarefas do que outras pessoas

27/08/2018 às 08:302 min de leitura

O ser humano anda cada vez mais obcecado com a habilidade de ser multitarefas. Um novo estudo publicado na revista Current Biology apontou para a possibilidade de pessoas sonâmbulas serem mais qualificadas a desempenhar várias tarefas simultaneamente, com melhor performance e mais rapidamente, do que quem não anda por aí enquanto dorme.

Realizada sob o comando dos cientistas Olaf Blanke, da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, e Oliver Kannape, da Universidade Central Lancashire, no Reino Unido, a nova pesquisa teve uma amostra pequena, de apenas 22 pessoas, das quais 11 eram sonâmbulas e 11 não eram. O objetivo era tentar lançar parâmetros e hipóteses para que, mais à frente, novas pesquisas possam dar continuidade à ideia de que algo no sistema locomotor dos sonâmbulos é diferente dos reles mortais que realmente sossegam quando estão dormindo.

Eles perceberam que as funções cerebrais de quem possui essa condição podem ser um pouco mais complexas e independentes das demais, no sentido de que sonâmbulos estariam mais bem preparados para colocar algumas tarefas "no automático" enquanto desempenham outras.

Por exemplo: você já tentou andar na rua enquanto mexe no celular ou lê alguma coisa? Há pessoas que realizam as duas atividades ao mesmo tempo com a mesma excelência e outras que se atrapalham e precisam concentrar em apenas uma delas  ou anda ou lê.

Essa pesquisa preliminar apontou que aquelas que conseguem manter as duas ações simultaneamente são justamente as que andam enquanto dormem. "Embora os dados atuais devam ser considerados com cautela (por conta do tamanho da amostra e da amostra aberta), argumentamos que o estado locomotor acordado experimentalmente induzido na presente coorte de sonâmbulo se assemelha aos seus episódios noturnos de caminhada na ausência de consciência plena. Nossos achados ligam os sonâmbulos à neurociência do controle e consciência locomotora e caracterizam um potencial marcador comportamental dos sonâmbulos durante a plena vigília que só se torna evidente durante a caminhada sob carga cognitiva", diz o estudo.

Para chegar a essa conclusão, eles submeteram os participantes ao seguinte desafio. Era preciso caminhar 1,8 metro utilizando óculos de realidade virtual, primeiro fazendo apenas isso por 88 vezes, das quais algumas tiveram alguma alteração do ângulo do destino em 5, 10, 15 ou 30 graus. Depois, eles tiveram que fazer o mesmo enquanto contavam e calculavam em voz alta: 200 menos 7. 193 menos 7. 186 menos 7 e por aí vai.

Na primeira parte, todos tiveram velocidade semelhante; na segunda, quem não é sonâmbulo precisou reduzir a velocidade enquanto fazia as contas. Já os sonâmbulos contaram e mantiveram a mesma velocidade na segunda parte do estudo.

Como os próprios pesquisadores apontaram, as conclusões às quais esse estudo chegou precisam ser interpretadas com cautela, por conta da amostragem pequena e do fato de que não foi uma análise cega – ou seja, os pesquisadores sabiam quais pessoas eram sonâmbulas e quais não eram. Ainda assim, ele pode lançar bases para futuras análises da neurociência sobre os cérebros dos sonâmbulos e entender melhor como funciona nosso sistema de locomoção e sua ligação com as demais áreas do cérebro.

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