Cientistas testemunham espetacular processo de autodestruição de asteroide

01/04/2019 às 02:002 min de leitura

Ao olhar para a imagem abaixo, a impressão é de que se trata de um cometa — e um bem especial, já que podemos ver que ele é dotado de duas caudas; mas não é. A foto foi capturada durante o lento e espetacular processo de autodesintegração de um asteroide enorme, em um evento relativamente raro de se observar aqui da Terra e que resultou na formação dos dois rastros de material registrados no retrato.

Morte absurdamente lenta

De acordo com Madison Dapcevich, do site IFLScience!, a rocha espacial “suicida” é conhecida como 6478 Gault e se trata de um pedregulho de 4 km de diâmetro que foi descoberto no fim dos anos 1980. Na verdade, o asteroide não tinha nada de especial até os cientistas detectarem o início de sua autodestruição.

(Reprodução/IFLScience!/NASA/ESA/K. Meech e J. Kleyna (Universidade do Havaí)/O. Hainaut (Observatório Europeu do Sul))

Segundo Dapcevich, a desintegração do asteroide foi descoberta em dezembro do ano passado, e a imagem acima foi capturada durante observações detalhadas conduzidas por vários dispositivos, como telescópios terráqueos, sondas espaciais e telescópios espaciais, entre eles o ilustríssimo Hubble.

Conforme explicaram os cientistas, o asteroide provavelmente foi submetido ao que pesquisadores chamam de efeito YORP (das iniciais de Yarkovsky, O'Keefe, Radzievskii, Paddack), que faz com que um objeto de pequenas dimensões, como é o caso do 6478 Gault, tenha sua rotação alterada por conta da dispersão da radiação solar em sua superfície e da emissão de sua própria radiação térmica. Mais especificamente, a interação da radiação com o material presente na superfície do asteroide faz com que ele passe a girar cada vez mais depressa, até que a força centrífuga se torne mais forte do que a da gravidade, levando o objeto espacial a entrar em um estado de gradual instabilidade e começar a se desfazer aos poucos.

O 6478 Gault está perdendo bastante material: a cauda formada pelos detritos ejetados mede 800 mil km de comprimento e cerca de 4,8 mil km de largura, e pode ser que ele tenha entrado nesse estado de instabilidade há vários milhões de anos. Agora que a autodestruição já está acontecendo, a expectativa é de que o rastro de detritos comece a se tornar menos visível nos próximos meses, conforme o asteroide alcance os estágios finais de sua desintegração total até desaparecer completamente à medida que o material se disperse pelo cosmos.

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