Maior proliferação de algas já descoberta bateu mais de 8,8 mil quilômetros

09/07/2019 às 07:302 min de leitura

De acordo com um estudo publicado recentemente por pesquisadores da Universidade da Flórida do Sul, a equipe identificou – através da análise de imagens capturadas por satélites da NASA e expedições a campo – a maior proliferação de algas já descoberta no planeta. Conhecida como “Cinturão do Sargassum Atlântico”, já que se forma anualmente desde 2011, em 2018 a floração se estendeu por extraordinários 8.850 quilômetros no Oceano Atlântico tropical, indo do Golfo do México até a costa oeste da África.

Gigantesca

Esse mundo de algas, segundo o estudo, tem peso superior a 20 milhões de toneladas, se forma em consequência da dinâmica das correntes oceânicas e – possivelmente – é alimentado por nutrientes transportados ao mar principalmente pelo Rio Amazonas. Conforme explicaram os pesquisadores, é normal que na primavera e no verão o rio “despeje” nutrientes no oceano, mas, com o aumento do uso de fertilizantes e do desmatamento aqui no Brasil na última década, o aporte de nutrientes se tornou maior, e isso pode estar contribuindo para que a proliferação de algas seja mais intensa. Uma parte menor do aporte vem da África.

Os cientistas precisam realizar mais levantamentos e analisar mais dados para confirmar que isso é o que está causando essas monstruosas proliferações, mas eles já identificaram que os picos ocorrem entre abril e julho. Ademais, depois que as florações se dissipam, algumas sementes persistem durante o inverno e acabam contribuindo para a proliferação seguinte. Sem falar que tudo indica que o equilíbrio químico do oceano vem sendo alterado gradualmente, o que consiste em mais um fator para as explosões de algas anuais.

(Fonte: IFLScience! / USF College of Marine Science)

Com relação às consequências que essas proliferações massivas podem trazer aos oceanos, os pesquisadores alertaram que, embora a presença dessas plantas ofereça vantagens, o excesso delas pode criar problemas. Isso porque, por um lado, as algas podem servir de habitat para uma variedade de animais, como peixes, aves, crustáceos e tartarugas, por exemplo, além de produzirem oxigênio para a vida marinha por meio da fotossíntese.

Contudo, sabe-se que, em excesso, as algas podem dificultar a respiração e mobilidade de animais, em especial quando as proliferações se concentram mais próximo do litoral, e ao morrer, as plantas acabam se depositando no fundo do mar ou sobre corais, podendo matar essas delicadas estruturas e outros organismos marinhos.

(Fonte: Cayman Compass / Reprodução)

Além disso, no caso de que as algas morram perto da costa, elas podem ser levadas pelo mar às praias, onde apodrecem e liberam sulfeto de hidrogênio, um composto que, ademais de cheirar bastante mal – e potencialmente espantar banhistas e turistas da área, prejudicando a economia local –, pode trazer consequências negativas à saúde, especialmente para pessoas com problemas respiratórios. Entretanto, a expectativa é a de que as proliferações continuem aumentando, então as complicações tenderão a superar as vantagens nos próximos anos.

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