
Ciência
12/12/2019 às 13:00•2 min de leitura
Imaginem se um desses cenários apocalípticos aos quais assistimos diariamente em filmes e séries se realizasse e a raça humana e todos os animais fossem extintos da face da Terra.
Quando, milhões de anos depois, outras formas de vida (aliens?) tentassem adivinhar como nós e o resto dos animais nos parecíamos, será que nos representariam da mesma forma como nós desenhamos os dinossauros hoje?
Intrigados com a forma monstruosa com a qual Hollywood costuma retratar nossos gigantescos ancestrais, os paleoartistas C. M. Kosemen e John Conway produziram uma série de esboços de reconstituições de animais atuais a partir unicamente dos ossos e esqueletos, como normalmente fazem os ilustradores de animais pré-históricos. O resultado é desconcertante.
Mais assustador do que qualquer Tiranossauro Rex, esse animal (acreditem!) é um simples babuíno. Ele parece tão ameaçador apenas por causa de suas presas proeminentes.
Em entrevista ao portal multimídia BuzzFeed, o turco Kosemen afirmou que “no mundo real, até mesmos os lagartos possuem uma espécie de tecido mucoso cobrindo suas bocas. Os dentes, mesmo nos animais de grandes presas, raramente são visíveis.”
Será que alguém acertou que isso aí são cisnes? Percebam que as asas, representadas sem penas, se parecem muito com os "toquinhos" de braço do T-Rex. Especificamente sobre esse tema, Kosemen disse que desenhar "patinhas de coelho" em dinossauros carnívoros é incorreto.
Para o artista, esse efeito “embalagem a vácuo”, onde dinossauros são delineados como esqueletos cobertos de pele deve-se, em grande parte, aos exageros da indústria cinematográfica. Ele diz que a culpa não é dos cientistas, mas dos ilustradores de livros de ciência popular.
Como diria a Dona Clotilde, a Bruxa do 71 do seriado Chaves: “É você, Satanás?”
Esse gato, criado pelo australiano Conway, segue uma propensão muito comum entre os ilustradores — de representar a maioria dos animais numa tonalidade marrom acinzentada. No caso dos dinossauros, afirma o artista, essa tendência pode ser enganosa. “E se algumas vezes eles fossem de um colorido radiante?” — pergunta ele.
Em seu livro All Yesterdays, os dois paleoartistas Kosemen e Conway colocaram-se justamente no lugar de artistas de um futuro distante. Kosemen admite que "temos que ter consciência que estamos preenchendo lacunas e não desenhando algo totalmente fiel à sua aparência. Mas também temos que reconhecer que algumas coisas nunca saberemos".