Árvores que andam: verdade ou mito?

07/03/2020 às 03:002 min de leitura

Assim como nos mitos dos Ents — as árvores falantes criadas por J.R.R. Tolkien na obra O Senhor dos Anéis —, na Reserva Sumaco, no Equador, as árvores que andam são reais e movem-se lentamente com suas raízes aproximadamente 20 metros por ano em busca de uma melhor posição para alcançar a luz do Sol.

Fonte: BBC

As árvores Socratea exorrhiza, mais conhecidas como "árvores que andam", atraem a atenção. E, durante anos, elas eram um mistério para os biólogos que debateram suas andanças. Localizadas nas florestas tropicais da América Central e da América do Sul — incluindo a Amazônia — os movimentos dessas árvores são um exemplo de quando a realidade supera a ficção.

O que diz a ciência sobre as árvores que andam?

Ao longo das décadas, as andanças dessas árvores lideraram discussões entre cientistas. Em 2005, o biólogo Gerardo Ávalos, diretor do Centro de Estudos de Desenvolvimento Sustentável da Costa Rica, disse que os movimentos das árvores eram apenas um mito, já que as raízes que brotavam delas não as ajudavam a se mover e que o tronco ainda estava no mesmo lugar.

"Pensar que uma árvore pode realmente acompanhar as mudanças na luz solar se movendo lentamente sobre o chão da floresta é um mito que os guias turísticos consideram divertido contar aos visitantes da selva", disse Ávalos ao Live Science.

No entanto, em 2015, o paleobiólogo Peter Vrsansky, do Instituto de Ciências da Terra da Academia de Ciências de Bratislava, afirmou ter visto o fenômeno de perto. Como ele explicou à BBC, esse tipo de palmeira caminha por causa de suas raízes aéreas que a ajudam.

"À medida que o solo se deteriora, a Socratea exorrhizax produz raízes novas e longas que buscam solo sólido que pode atingir até 20 metros. Depois que as raízes são assentadas no novo solo, a árvore se inclina para o novo local em um processo que pode levar até dois anos", afirmou Vrsansky.

As raízes antigas também deixam o chão e avançam com a planta no ar. Dessa forma, eles lutam, junto com outras plantas tropicais, para buscar luz solar e solo mais firme, no que seria uma verdadeira corrida pela sobrevivência.

Fonte: GettyImages

No entanto, o que exatamente faz com que as árvores caminhem ainda é um mistério para a ciência. Os biólogos concordam que suas raízes lhes permitem melhor suporte e estabilidade ao caule, para que possam alcançar mais alturas e, portanto, mais sol, mas ainda não se sabe que propriedade específica lhes permite fazer a transferência.

No Equador, existe uma das grandes reservas desse tipo de árvore ambulante, onde também estão mais ameaçadas. O desenvolvimento agrícola do país e a venda de sua madeira diminuem seus passos, além da ameaça do seixo barbiblanco, também conhecido como javali americano, seu principal predador.

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