Poderia um planeta habitável orbitar um buraco negro?

10/03/2020 às 05:002 min de leitura

Paul M. Sutter — astrofísico do Suny Stony Brook e do Flatiron Institute — publicou um artigo na última sexta-feira (6), no Space, no qual afirma a possibilidade de vida em planetas que orbitam buracos negros supermassivos em rápida rotação. Segundo ele, as forças ao redor de um buraco negro são capazes de aquecer um planeta, porém, para existir vida, o corpo celeste deve orbitar na velocidade da luz.

O estudo de Sutter teve como ponto de partida a vida que conhecemos aqui na Terra, a qual precisa de água líquida e oxigênio para sobreviver. O pesquisador afirma que é muito difícil encontrar água em seu formato líquido, assim como uma fonte de calor que não a evapore.Entretanto, apesar desses fatores, o equilíbrio é possível na chamada "zona habitável das estrelas" e também sob as crostas geladas de algumas luas de planetas externos ao nosso sistema.

(Fonte: GettyImages)

 O cientista disse que apesar de os buracos negros parecerem inóspitos à vida em um primeiro momento, afinal são feitos de pura gravidade e, por isso, puxam qualquer coisa próxima de seus horizontes, essa força pode proporcionar uma surpresa. Isso porque o universo é permeado por algo chamado Radiação Cósmica de Fundo em Micro-ondas (CMB), que é a radiação restante do início do universo.

A CMB é de longe a maior fonte de radiação do cosmos e inunda todas as estrelas e as galáxias por muitas ordens de magnitude. Sutter explica que a CMB é fria, tem temperatura média de 3° acima do zero absoluto, e quando a luz dela cai em um buraco negro, vai ficando azul, sendo bombeada para energias mais altas, mudando para proporções infravermelhas e até ultravioletas. Assim, em um buraco negro, a CMB passa de fria para muito quente.

Como é possível a vida em planetas que orbitam buracos negros?

Quando a CMB cai em um buraco negro girando, pode focalizar a luz em um feixe estreito, fazendo com que se apareça um único ponto no céu, similar a um sol.

(Fonte: GettyImages)

Assim, se um planeta for capaz de se aproximar de um buraco negro, ele ficará muito quente, e o seu gelo poderá ser convertido em oceanos líquidos (um lar potencial para a vida). Sutter pondera que “para a vida prosperar, ela também precisa de um dissipador de calor, que pode ser facilmente fornecido pelo próprio buraco negro. Perto dele, distorções gravitacionais aumentam a aparência do horizonte de eventos, aumentando muito mais do que você imagina ingenuamente”.

O cientista finalizou seu artigo afirmando que, por mais que seja possível a vida em um planeta orbitando um buraco negro, o cenário não seria nada bonito, porque o corpo celeste teria que orbitar na velocidade da luz para a vida dele continuar existindo nessas condições. Isso significa que, a cada segundo nele, muitas das nossas horas se passariam. Sutter também disse que “ainda assim, o trabalho mostra que precisamos manter nossas mentes abertas quando se trata de possíveis lares para todas as vidas, incluindo alguns dos ambientes mais terríveis do universo”.

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