A cura da camada de ozônio pode ter gerado problemas ambientais

21/05/2020 às 12:302 min de leitura

A tentativa de restaurar os danos atmosféricos na camada de ozônio, durante o Protocolo de Montreal sobre substâncias que empobrecem a camada de ozônio, de 1987, pode ter gerado maiores complicações para o ambiente terrestre do que o esperado, já que o acúmulo das substâncias lançadas na camada, na tentativa de eliminar progressivamente os produtos derivados de CFC (clorofluorcarboneto), resultou em consequências não previstas pelos grupos de cientistas. 

Apesar de ter conseguido salvar a camada de ozônio e ter amenizado os efeitos de compostos nocivos no essencial envoltório terrestre, pesquisadores da Universidade de York e Meio Ambiente e Mudança Climática do Canadá encontraram, nos ecossistemas, uma enorme presença de scPFCAs, ácidos perfluoralquilícos carboxílicos de cadeia curta desenvolvidos em laboratório e utilizados em equipamentos eletrônicos, processos industriais, de construção e, especialmente, ares condicionados. 

Os compostos, que também estão amplamente relacionados a problemas de saúde como o câncer, foram identificados em amostras de gelo retiradas do Ártico, segundo publicação da Geophysical Research Letters. "Os núcleos de gelo são úteis porque agem como nossa cápsula do tempo e fornecem um registro de contaminação. Portanto, é uma das únicas maneiras de entender essas tendências", disse Cora Young, da Universidade de York. "Esse processo acontecerá em todos os lugares, por isso esperamos que a contaminação seja global."

(Fonte: Universidade de Alberta/Reprodução)(Fonte: Universidade de Alberta/Reprodução)

Apesar do objetivo da pesquisa não ser tão esclarecedor, já que não há uma proposta social de combate à saúde ou aos efeitos danosos de compostos químicos no meio ambiente, um ar de preocupação foi levantado pelo teor da descoberta, indicando que a resolução de um problema determinante para a filtração da nociva radiação ultravioleta pode ter agravado outros que, em certo período, poderão gerar complicações maiores para diversos membros do ecossistema.

Conhecidos como "substâncias químicas eternas" pelos comunidade acadêmica, a existência crescente de substâncias scPFCAs liga o alerta para a observação de comportamentos climáticos que possam vir a surgir nos próximos anos, assim como abre portas para estudos mais aprofundados sobre os compostos, que são imprevisíveis em suas reações, especialmente em humanos.

"A preocupação, para mim, é que pouco se sabe sobre os possíveis danos humanos e ecológicos desses compostos", concluiu Cora Young, que espera uma "contaminação global" da substância.

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