Estilo de vida
29/05/2020 às 09:00•2 min de leitura
Durante a execução de serviço de restauração em um edifício do antigo campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, trabalhadores encontraram, embaixo de uma chaminé, uma grande coleção de ferramentas e utensílios escondidos por prisioneiros na metade do século XX, com boa parte deles sendo possível relacionar a tentativas de fuga e como facilitadores para agressões e ameaças físicas.
Identificados no bloco 17, é possível observar “facas, garfos, ganchos, tesouras, pedaços de couro, ferramentas de sapateiro e sapatos”, e muitas outras ferramentas extremamente desgastadas pelas intempéries, dando margens para novos estudos sobre a terrível época do Holocausto nazista e transmitindo a dura realidade dos capturados.
“Esses utensílios escondidos da [organização paramilitar nazista] SS podem ter sido usados para sapateiros, para preparar uma evasão, ou simplesmente para poder comer”, esclareceu Hannah Lessing, secretária-geral do Fundo Nacional Austríaco para as Vítimas do Nacional Socialismo, responsável pela restauração da principal ala do campo de concentração e pela produção de uma exposição austríaca local.
(Fonte: Fundo Nacional/Reprodução)
Apesar da descoberta relevante como um dos registros arqueológicos mais importantes relacionados à época, o Fundo Nacional já confirmou que os itens não estarão em exposição quando a reforma for concluída e serão enviados ao museu do memorial das vítimas do Holocausto para sofrerem uma pesquisa mais aprofundada, já que ainda tem uma procedência funcional inconclusiva, e serem adequadamente cadastrados como documentos históricos oficiais.
Abrigando um museu desde 1947, o território de Auschwitz-Birkenau deverá ter suas edificações remodeladas até 2021, dando início a uma nova fase de exibições e visitações para o local. Centro histórico de uma das maiores tragédias do planeta, quando utilizado pelas tropas alemãs para torturar e assassinar judeus, com uma estimativa de mais de um milhão de mortos, o campo de concentração revela, a cada década, diversas histórias de seus antepassados, com o surgimento de importantes documentos que narram o terror vivido pelos prisioneiros por anos.
As novas revelações encontradas na chaminé do Bloco 17, ala do "acampamento principal" e um dos mais de 40 subcampos de extermínio fundados, sugerem novas perspectivas para compreender o terror suportado por milhões de pessoas em Auschwitz, atualmente considerado Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).