Artes/cultura
05/06/2020 às 12:00•2 min de leitura
Relacionadas desde a antiguidade com as mais diversas culturas do planeta, as milenares borboletas configuram até hoje um espetáculo visual e trazem, aos mais crentes e aficionados pela natureza, prenúncios de sorte, felicidade, transformação e paz. Tais ideias fazem parte de uma das espécies mais amenas ao ambiente e aos outros seres ao seu redor, cuidando dos hábitos como se fossem invisíveis, mas sendo impossível não notar o encanto por trás de tal serenidade.
Porém, muitos indícios sugerem que os insetos podem chegar a influenciar diretamente as novas tendências de tecnologias para o avanço dos estudos medicinais. Isso é possível devido aos anos de observação dos seus comportamentos, que trouxeram conclusões interessantes sobre os hábitos e as estruturas anatômicas, especialmente sobre a rotina alimentar — nela, há a colaboração de uma região de seu corpo com o potencial para ser espelho ao surgimento de novas tendências na Engenharia.
A questão foi observada por Konstantin Kornev, técnico da Universidade Clemson, enquanto passeava pelas paisagens da Carolina do Sul com suas filhas. Apaixonados pelas borboletas, os parentes logo começaram a registrar os movimentos dos insetos, observando, especialmente, como funcionava sua mecânica alimentar quando utilizavam um fino apêndice em forma de tubo para sorver o alimento de plantas e flores.
(Fonte: Rebecca Wolf Spada/Reprodução)
Após inúmeras filmagens que revelavam como se dava o processo de nutrição das borboletas, Kornev observou que a estrutura conhecida como probóscide, uma espécie de língua, adaptava-se às dimensões dos alimentos e fazia ligeiros movimentos simulando uma mastigação. Nesse processo, a substância era possivelmente diluída em partículas menores e tinha sua entrada facilitada no organismo.
A alteração das dimensões do probóscide gerou uma extrema curiosidade no técnico que, trabalhando há anos com engenharia e desenvolvimento de protótipos, além do próprio estudo anatômico das borboletas, passou a vislumbrar o incrível potencial que a estrutura poderia refletir na Medicina e no tratamento de células cancerígenas, em que a "língua" poderia ser artificialmente simulada, permitindo a passagem de agentes combatentes de destruição das máculas.
Com diversos estudos desenvolvidos sobre as possibilidades de ferramentas para as quais a anatomia das borboletas podem servir de exemplo (especialmente no desenvolvimento de vacinas e tratamentos especializados para transfusões, bem como uma manipulação mais segura com os caminhos de difícil acesso do corpo), não seria surpreendente se os formosos insetos passassem a significar esperança e transformação, de fato, a quem necessita de boas notícias com um pouco mais de urgência.