Ciência
09/06/2020 às 02:00•1 min de leitura
Descobertas recentes, possibilitadas pelo Telescópio Hubble, dão conta de que uma explosão enorme aconteceu no núcleo da Via Láctea há 3,5 milhões de anos atrás. Segundo a NASA, isso deve ter acontecido depois que uma nuvem de hidrogênio com 100 mil vezes a massa do sol (!!!) se chocou com os materiais próximos ao buraco negro supermassivo no centro da nossa galáxia, o Sagittarius A*.
Com o choque, dois cones de raios ultravioleta gigantescos se espalharam, um para cada lado da galáxia. O cone "de baixo", que se espalhou para o polo sul da Via Láctea, acabou "iluminando" os gases da Corrente de Magalhães, uma enorme faixa de nuvens que existe entre as duas galáxias-satélites da nossa, as Nuvens de Magalhães. Em primeiro lugar, isso quer dizer que a explosão foi tão grande que espalhou radiação até para fora da Via Láctea. Mas, além disso, significa que os raios ultravioleta iluminaram hidrogênio suficiente para fazer 100 milhões de sóis, ao atingir a Corrente. Bastante, não?
Explosão iluminou gases fora da Via Láctea (Fonte: NASA/Reprodução)
Isso quer dizer que a explosão gerou luzes que poderiam ser vistas a olho nu, aqui na Terra. Segundo o release na NASA, é provável que nossos ancestrais — ainda primitivos —, tenham visto um "brilho fantasmagórico" acima da constelação de Sagitário, que permaneceu por um milhão de anos. "O flash foi tão poderoso que iluminou a Corrente de Magalhães como uma árvore de Natal. Foi um evento cataclísmico!", afirma o pesquisador Andrew Fox, do Space Telescope Science Institute (STScI), o centro de operações do Telescópio Hubble.
Além disso, o cientista explica que a descoberta também serve para mostrar como diferentes regiões da galáxia estão ligadas. Afinal, a explosão que aconteceu no núcleo da Via Láctea teve reflexos na Corrente de Magalhães, que fica fora dela. "Nós estamos aprendendo sobre como o buraco negro impacta a galáxia e seu ambiente", diz Fox.