Ciência
17/06/2020 às 06:06•2 min de leitura
Cerca de 1,7 bilhão de pessoas no mundo podem desenvolver covid-19 grave se infectadas pelo novo coronavírus, concluiu um estudo publicado nesta segunda-feira (15/06) pela revista científica The Lancet. De acordo com o estudo, condições como idade e pobreza e outras doenças podem resultar em uma covid-19 mais grave.
Já um outro estudo, publicado nesta mesma segunda-feira (15/06) na revista Morbidity and Mortality Weekly Report, concluiu que a taxa de hospitalizações de pacientes com covid-19 pode ser até seis vezes maior em caso de pacientes com doenças cardíacas, diabetes e doenças pulmonares crônicas.
Para o estudo da The Lancet, os pesquisadores analisaram bancos de dados de 188 países que participaram de um outro estudo de 2017 sobre cargas globais de doenças, lesões e fatores de risco, além de dados de uma projeção populacional para 2020 da Organização das Nações Unidas (ONU).
O estudo dividiu as condições que influenciam em uma covid-19 mais grave em 11 categorias de doenças: cardiovascular; renal crônica; respiratória crônica; hepática crônica; diabetes; cânceres com imunossupressão direta; cânceres sem imunossupressão direta, mas com possível imunossupressão do tratamento; AIDS; tuberculose; distúrbios neurológicos crônicos e distúrbios das células falciformes.
De acordo com o estudo, 22% da população mundial tem pelo menos uma dessas condições que os coloca em risco de desenvolver covid-19 grave. Somente 5% das pessoas com menos de 20 anos relataram possuir pelo menos uma dessas doenças. Já com relação às pessoas com mais de 70 anos, 66% possuem pelo menos uma dessas doenças.
Outro dado publicado no estudo é que 1 em cada 25 pessoas (cerca de 349 milhões) no mundo podem contrair covid-19 severa, que exige hospitalização imediata. Para os autores, países com populações mais velhas, países com altas taxas de AIDS (HIV) e pequenas ilhas com altas taxas de diabetes correm maior risco de infecção grave.
No entanto, os autores lembram que os dados publicados são estimativas e por isso, podem ser incertas, já que se concentram principalmente nas condições das doenças descritas e não em outros fatores de risco. "Nossas estimativas são incertas e se concentram nas condições subjacentes, não em outros fatores de risco, mas fornecem um ponto de partida para considerar o número de indivíduos que podem precisar ser protegidos ou vacinados à medida que a pandemia global se desdobra", escrevem.