Ciência
18/06/2020 às 14:30•2 min de leitura
Astrônomos do Radiotelescópio Canadense para Experimento de Mapeamento de Intensidade de Hidrogênio (acrônimo em inglês CHIME) confirmaram a periodicidade de uma explosão rápida de rádio (Fast Radio Burst, ou FRB) cujo sinal é captado a cada 16,35 dias – o primeiro a se repetir regularmente. O estudo acaba de ser publicado na revista Nature.
O radiotelescópio CHIME, onde o primeiro FRB repetitivo foi registrado.
A FRB 180916.J10158 + 56 viaja desde uma galáxia a 457 milhões de anos-luz da Terra, e foi captada pela primeira vez em setembro de 2018. Até janeiro deste ano, foram registradas 38 explosões: por cinco dias, o FRB emite suas rajadas, desaparecendo por 11 dias até ser captado de novo, em ciclos de 16 dias.
A segunda explosão rápida de rádio de repetição descoberta foi a FRB 121102, que emite rajadas de rádio durante 90 dias, para então silenciar por 67 dias, repetindo esse ciclo a cada 157 dias. "Uma periodicidade na escala de semanas é raramente prevista em teorias propostas anteriormente", disse a coautora do estudo e astrofísica da Universidade de Toronto Dongzi Li ao site Space.com.
Segundo ela, a origem dos FRB seria uma estrela de nêutrons, e a periodicidade das rajadas seria culpa de uma estrela massiva. Nesse sistema binário, as estrelas girariam uma ao redor da outra a cada 16 dias; na Terra, os sinais da estrela de nêutrons só seriam captados quando sua companheira estelar não a ocultasse.
Hoje, pulsares são a explicação mais aceita para a origem das FRBs, substituindo a ideia anterior de que as rajadas (captadas então uma única vez) seriam consequência de catástrofes estelares, como supernovas.
Entre as teorias formuladas, uma postula que as FRBs se originariam de magnetares, estrelas de nêutrons com um campo magnético poderoso. Essa explicação, porém, não se aplica à FRB 180916.J0158 + 65: magnetares giram rápido demais para que as rajadas se repetissem somente a cada 16 dias. Nesse caso, a fonte seria um pulsar, afetado pela força gravitacional de um buraco negro nas redondezas.
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