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02/07/2020 às 11:00•2 min de leitura
Faz alguns anos que a ciência já tem conhecimento que tanto em Netuno quanto em Urano poderiam ocorrer chuvas de diamantes. Entretanto, ainda persistia o enigma sobre como as reações químicas nesses planetas tornariam isso possível. Porém, as pesquisas avançaram um pouco mais e a novidade, agora, é que cientistas conseguiram produzir, em laboratório, evidências experimentais de como esse processo acontece. O estudo foi publicado na Nature Communication.
A hipótese estudada é de que a pressão e o calor intensos, a milhares de quilômetros nas profundezas desses gigantes de gelo, conseguem provocar a divisão dos compostos de hidrocarbonetos, levando a reações que podem causar as chuvas de diamantes.
Netuno e Urano ainda são os planetas menos compreendidos do Sistema Solar
Os primeiros experimentos começaram em 2017, mas segundo o físico Dominic Kraus, um dos responsáveis pelo experimento, com as pesquisas recentes foi possível definir “parâmetros importantes do modelo, onde antes só tínhamos incerteza". Ainda segundo o cientista, "isso se tornará cada vez mais relevante quanto mais exoplanetas descobrirmos".
Para demonstrar como ocorrem as chuvas de diamantes nesses planetas gelados, os pesquisadores fizeram uso de um laser de raios X para que as medições pudessem ser mais precisas sobre as reações que levam a esses eventos, e foi então que descobriram que o carbono faz uma transição direta para diamante cristalino.
O equipamento usado no experimento é o LCLS do Laboratório Nacional de Aceleradores da SLAC na Universidade de Stanford.
Ele é capaz de fazer instantâneos de raios X de moléculas e átomos em funcionamento, o que permite que detalhes em resolução atômica sejam obtidos, mesmo em escalas de tempo ultrarrápidas. Sendo que, a partir desses instantâneos, é que os cientistas formam uma espécie de “filme molecular” que apresentam as reações à medida que ocorrem.
Além de um equipamento potente que fosse capaz de reproduzir o interior de planetas gigantes e gelados, era preciso o material que replicaria as coisas que acontecem dentro deles. Nesse caso em específico, a equipe usou o poliestireno hidrocarboneto no lugar do metano, chegando ao resultado apontado acima.
As complicações para estudar Urano e Netuno não se resumem as chuvas de diamante. Vários outros aspectos desses planetas ainda não foram estudados com profundidade e, isso, faz deles os planetas mais mal compreendidos do Sistema Solar — a distância é um obstáculo complicado nesse sentido, até hoje, apenas a sonda Voyager 2 se aproximou deles para um sobrevoo e, ainda assim, não foi uma missão de longo prazo.