Artes/cultura
07/07/2020 às 05:00•2 min de leitura
Do que é feita a Lua? Bom, ao que parece, nosso satélite natural tem bastante metal — mais até do que os cientistas pensavam, até agora. A sonda LRO, da NASA, (Orbitador de Reconhecimento Lunar, em português) encontrou grandes quantidades de óxidos de ferro e titânio, principalmente abaixo da superfície da Lua, em grandes crateras.
Essa descoberta é importante porque traz pistas de como a Lua se formou, algo que os cientistas vem debatendo há décadas.
Tudo, tudo talvez não... Afinal, a ciência é feita mais de perguntas do que de respostas. Mas, com certeza, a nova descoberta da LRO ajuda a explicar algumas dúvidas sobre a origem do nosso satélite natural.
Isso porque a teoria mais aceita sobre a formação da Lua é que um proto-planeta se chocou com a Terra, quando ela ainda era jovem, jogando destroços no espaço. Esses destroços eventualmente se juntaram pela força da gravidade, gerando nossa Lua. Mas os cientistas observavam um furo nessa teoria: as terras-altas da Lua têm pouco metal, enquanto outras partes planas têm minerais metálicos em maior concentração.
Fonte: NASA/Unsplash
Por outro lado, o novo achado da LRO ajuda a explicar essa discrepância: os cientistas encontraram mais metal em crateras grandes e as evidências aumentavam conforme as crateras ficavam maiores e mais profundas.
Segundo a teoria formulada pela NASA, com base nesses dados, isso pode significar que a concentração de metais na lua realmente é em níveis mais profundos da suas rochas, abaixo da superfície. Mas, conforme meteoros se chocam com a superfície do nosso satélite natural, eles vão "escavando" a superfície e expondo esses depósitos. Isso explicaria a baixa quantidade de metal nas terras-altas.
Claro que essa é uma explicação bem simplificada. Até porque nenhum equipamento realmente "viu" os depósitos de metal. Eles foram detectados com um instrumento chamado Mini-RF (Miniature Radio Frequency), que analisa as capacidades dos materiais de transmitir ondas elétricas.
A publicação da NASA sobre a descoberta ressalta que ela não configura uma resposta definitiva sobre a origem da Lua, mas "reduz a incerteza sobre a distribuição de óxidos de ferro e titânio na subsuperfície lunar". Agora, os cientistas farão testes no hemisfério sul da Lua, para observar se os mesmos padrões dessa descoberta se repetem por lá.