Saúde/bem-estar
16/07/2020 às 05:00•2 min de leitura
Publicado na última semana na revista Nature Scientific Reports, um estudo iniciado por pesquisadores e cientistas da Universidade de Southampton, na Inglaterra, aponta fatos preocupantes para o futuro próximo do planeta Terra. As notícias foram divulgadas após a análise da composição química de fósseis oceânicos e indicam que a atmosfera terrestre irá sofrer com uma presença de dióxido de carbono (CO2) excessiva, nunca experimentada durante os últimos 3,3 milhões de anos.
Segundo os autores da pesquisa, até 2025 a Terra irá passar pelas mesmas condições climáticas impostas no período Plioceno, compreendido entre 5 a 2 milhões de anos atrás quando o planeta vivia o final da era Terciária do Cenozoico. Na época, apesar do clima e vegetação terem sido bastante semelhantes aos encontrados atualmente, o esfriamento da água, junto com o consequente aumento das calotas polares e diminuição dos níveis oceânicos contribuíram para a ocorrência de temperaturas 3ºC maiores do que as de hoje.
(Fonte: Reuters/Reprodução)
“O conhecimento de CO2 durante o passado geológico é de grande interesse, porque nos mostra como o sistema climático, as camadas de gelo e o nível do mar reagiram anteriormente aos elevados níveis de CO2", comentou Elwyn de la Vega, líder do estudo. "Estudamos esse intervalo específico com detalhes sem precedentes, pois ele fornece ótimas informações contextuais para o nosso estado climático atual".
A partir da observação da composição química de zooplânctons fossilizados microscópicos, informações em um intervalo de 200 mil anos localizados entre 3,35 e 3,15 milhões de anos atrás foram suficientes para reconstruir a composição química da concentração de dióxido de carbono da atmosfera Cenozoica. Os resultados passaram, então, a ser projetados em uma base de dados capaz de mensurar as variações da presença de CO2 na atmosfera terrestre com o passar dos anos.
(Fonte: Universidade de Southampton/Reprodução)
“Atualmente, nossos níveis de CO2 estão subindo cerca de 2,5 ppm [partes por milhão] por ano, o que significa que até 2025 teremos superado tudo o que foi visto nos últimos 3,3 milhões de anos”, disse o Dr. Thomas Chalk, um dos líderes do projeto, alertando ainda que em maio deste ano os índices alcançaram 417 ppm, exatamente a média de concentração de dióxido de carbono presente na atmosfera do Plioceno.
Neste momento, os especialistas preocupam-se não somente com a quantidade da substância na camada de ozônio, mas também com a rapidez em que seu aumento vem sendo notado, dando uma ligeira ideia do que poderá acontecer com o planeta nos próximos anos.