Ciência
22/07/2020 às 06:00•2 min de leitura
Autoridades do condado de Pima, no Arizona, Estados Unidos, publicaram um vídeo no Twitter mostrando um rio de lodo e carvão descendo pelo Cañada del Oro Wash, um canal de drenagem e trilha de mountain bike. As imagens mostram uma massa escura e fumegante fluindo como se fosse um rio.
De acordo com uma estação local de notícias, o fluxo de detritos parece ter sido originado em um incêndio que queimou 48 mil quilômetros na área de Bighorn. Nenhuma vítima ou dano ao patrimônio foi registrado, apesar das imagens fortes.
Who had this on their 2020 hellscape bingo card? pic.twitter.com/fUNvIVS7aw
— Official Pima County (@pimaarizona) July 16, 2020
Os incêndios podem mudar a maneira como a água da chuva flui sobre a terra, explica o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). Em condições normais, a terra é capaz de absorver muita água proveniente da chuva, o que impede a ocorrência de inundações toda vez que chover. Mas após uma queimada, o solo perde a sua capacidade de absorção.
Desta forma, até chuvas menores podem gerar rios de detritos. Caso as chuvas sejam intensas, o fluxo de movimento dessa massa orgânica pode ser muito rápida e podem se tornar altamente destrutivos e perigosos.
No sul da Califórnia, apenas sete milímetros de chuva em 30 minutos puderam provocar um fluxo de detritos, afirma o USGS. Em 2018, O fluxo matou 13 pessoas em duas cidades do estado americano após uma tempestade de inverno, de acordo com o site Santa Barbara Family Life.
I just got back from this exact location to check and see how the wash looks today... Officials are saying this year, the flood risk is higher due to the #BighornFire.
— Frankie McLister (@FrankieMcLister) July 17, 2020
Thanks to Billy, a nearby resident, who gave me permission to enter the area! @KVOA https://t.co/sJ77BIW7uz pic.twitter.com/LHJjdo9JV3
O risco de inundações pesadas e cheias de detritos desse tipo permanece por anos após um incêndio, de acordo com o USGS. Os maiores eventos desse tipo geralmente acontecem na primeira temporada de tempestades após um grande incêndio.
(Fonte: AZPM)
Para evitar grandes desastres após o incêndio, o USGS examina as regiões queimadas em busca de riscos em potencial e configura medidores de inundação para fornecer alertas de emergência se as águas da inundação passarem rapidamente.
À medida que o clima muda, os incêndios florestais se tornaram mais comuns em todo o mundo, trazendo consigo todos os tipos de riscos, de acordo com a NASA. Pesquisa publicada em junho pelo Bureau Nacional de Pesquisa Econômica sugere que incêndios florestais queimam quatro vezes mais terras por ano nos Estados Unidos do que há 40 anos.