Vacina russa contra covid-19: o que sabemos sobre ela até agora?

12/08/2020 às 08:002 min de leitura

O presidente Vladimir Putin declarou nesta terça-feira (11) que a Rússia se tornou o primeiro país do mundo a registrar uma vacina contra a covid-19, atingindo o protagonismo na corrida global de vacinas. No anúncio, o líder russo anunciou que sua própria filha já tomou uma dose do medicamento.

A nova vacina foi desenvolvida, segundo autoridades da Rússia, no Centro Nacional de Investigação de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya junto ao Ministério da Defesa daquele país. O nome escolhido para a vacina foi "Sputinik V" em homenagem ao primeiro satélite a orbitar a Terra em 1957 durante a corrida espacial entre a União Soviética e os Estados Unidos.

"Esta manhã, pela primeira vez no mundo, uma vacina contra o novo coronavírus foi registrada”, disse Putin (Fonte: Mikhail Svetlov/Getty Images - Reprodução)"Esta manhã, pela primeira vez no mundo, uma vacina contra o novo coronavírus foi registrada”, disse Putin (Fonte: Mikhail Svetlov/Getty Images - Reprodução)

Os próximo passos da vacina russa

A intenção do governo russo é administrar a vacina a milhões de pessoas ainda neste verão e no outono, aí incluídos dezenas de milhares de professores e profissionais de saúde da linha de frente de combate à pandemia. Isso significa que a vacina será aplicada antes mesmo de concluir os testes clínicos. 

Essa aplicação em grande escala de uma vacina ainda em fase experimental levantou questionamentos da comunidade científica internacional, não apenas por avançar perigosamente à frente da testagem crítica para comprovar a segurança e a eficácia do medicamento, mas também porque nenhum estudo sobre os últimos testes foi publicado.

A verdade é que a declaração bombástica de Putin ocorreu antes da realização da terceira (e mais importante) fase de testes da vacina. O Ministério da Saúde da Rússia recusou-se a dar qualquer declaração a respeito, e o Instituto Gamaleya encaminhou um pedido de entrevista ao ministério para eventual aprovação.

A vacina russa (Fonte: AFP/Reprodução)A vacina russa (Fonte: AFP/Reprodução)

Os riscos da vacinação antecipada

Numa declaração ao Washington Post, Konstantin Chumakov, membro da Global Virus Network, uma coalizão internacional que trabalha com ameaças virais afirmou que "é cientificamente impossível provar a eficácia” sem os testes generalizados, conhecidos como Fase 3.

Segundo o pesquisador, que também trabalha para a US Food and Drug Administration, usar a vacina na população em geral antes que os resultados dos testes da Fase 3 sejam apurados e analisados pode ser considerado uma aposta perigosa. E conclui com um trocadilho, "uma roleta russa, se você preferir".

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