Artes/cultura
30/08/2020 às 09:00•2 min de leitura
Um novo estudo indica que o núcleo terrestre teria apenas 1 bilhão de anos, o que poderia explicar os diversos fenômenos em seu campo magnético. Publicado no dia 13 do último mês de agosto, o artigo demonstra experimentos conduzidos por cientistas chineses e estadunidenses que, em colaboração, buscaram recriar a condição do cerne da Terra e assim entender melhor seu funcionamento e composição.
Nesse sentido, a estrutura terrestre é formada por um conjunto de camadas em constante movimento: a camada externa, a crosta, é sólida e abriga um manto viscoso de rochas siliciosas, que por sua vez envolve o núcleo, parte líquido, parte em solidificação, composto de ferro e níquel em altíssimas temperaturas.
A solidificação do núcleo interno gera o movimento de sua parte externa e líquida. Esse processo, chamado de geodinâmica, é responsável por criar o campo magnético terrestre — fundamental para a proteção da vida humana. Sem ele, o planeta poderia ser assolado pela radiação proveniente das constantes erupções solares.
(Fonte: iStock / Reprodução)
Dessa maneira, para compreender melhor o funcionamento dos componentes da Terra, os cientistas recriaram as condições de seu núcleo em pequena escala e assim mediram as características termocondutivas dos elementos presentes.
O experimento consistia em submeter um pequeno pedaço de ferro, com cerca de 6 micrômetros de espessura — tamanho aproximado de uma hemácia — à mesma temperatura do cerne terrestre, que pode atingir até mesmo 2.727 °C! Após isso, a amostra foi comprimida entre dois diamantes para alcançar a mesma pressão encontrada lá e, então, teve sua condutividade medida.
Assim, foi possível determinar a quantidade de energia gerada a partir do geodínamo, cerca de 10 terawatts — um quinto da quantidade liberada pela Terra no espaço, aproximadamente 46 terawatts. Dessa forma, os cientistas puderam avaliar a quantidade total de energia perdida e concluir quanto tempo levaria para se formar um núcleo ferroso de mesmo tamanho.
Os resultados apontaram que o núcleo terrestre teria apenas 1 bilhão de anos uma estimativa que antes variava entre 500 milhões a 4,5 bilhões de anos. Os avanços científicos alcançados podem auxiliar o entendimento sobre a ausência de campos magnéticos em outros planetas do sistema solar, bem como a transmissão do calor do centro da Terra para sua superfície.