Ciência
08/07/2020 às 11:00•2 min de leitura
Um estudo recente publicado na última segunda-feira (6), pelo periódico Nature Communications foi capaz de descobrir novos dados acerca do campo magnético da Terra. Os pesquisadores da Universidade de Leeds, na Inglaterra em parceria com a Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos analisaram dados do comportamento do núcleo terrestre por meio de sistemas de computadores em cerca de 100 mil anos.
O campo magnético nada mais é do que uma espécie de manto formado por correntes elétricas criado ao redor do núcleo do planeta devido ao constante movimento das substâncias que por lá estão presentes.
Esse campo é importante para o nosso cotidiano ao nos ajudar a guiar alguns dos nossos sistemas de localização, como a bússola e o GPS. Sua direção acaba sendo afetada diretamente por conta movimento constante ao qual é submetido. Sendo assim, é possível que, conforme muitos anos se passem, o norte magnético se torne o sul magnético e assim sucessivamente.
A pesquisa publicada nesta semana, apura, nesse sentido, que essa mudança de direção pode ocorrer até dez vezes mais rápido do que o que se pensava anteriormente.
(Nature Communications/Reprodução)
A descoberta pode ajudar em novas pesquisas acerca de como as mudanças no campo magnético afetam diretamente a vida na Terra. Sobretudo, porque as mudanças efetivas no núcleo do planeta deixam vestígios grandiosos e podem ser visualizados em sedimentos, fluxos de lava e até materiais desenvolvidos por seres humanos.
De acordo com o estudo recente, no entanto, essas mudanças rápidas na direção do campo acabam colaborando para o enfraquecimento local de sua força. Chris Davies, principal autor do artigo, disse, por meio de um comunicado, que as lacunas sobre esse assunto ainda precisam ser preenchidas com novas informações que poderão ajudar a entender melhor o sistema por trás do núcleo terrestre.
(ESA/NASA/Reprodução)
"Temos um conhecimento ainda incompleto sobre nosso campo magnético de 400 anos atrás", afirmou o pesquisador. Sua colega Catherine Constable, coautora do estudo, ressaltou a importância de se continuar investigando aspectos mais profundos do campo magnético para que novas descobertas sejam realizadas sobre o assunto.
Ter um conhecimento maior sobre como as mudanças e oscilações ocorrem no núcleo terrestre, o que inclui sua velocidade, é importante para que reconfigurações de satélites sejam possíveis, assim como o tratamento das mudanças na exposição à radiação que podem resultar de uma reversão do campo, já que ele nos protege dos raios solares.