Reinfecções por covid-19: 3 dúvidas ainda sem resposta

14/09/2020 às 14:002 min de leitura

O ano de 2020 será marcado pela covid-19, que trouxe medo, apreensão e muitas dúvidas. Por ser uma enfermidade nova, os cientistas aprenderam na prática sobre o seu comportamento. No começo da pandemia, ainda não se sabia se era possível a reinfecção pelo vírus, mas isso foi comprovado com casos recentes.

Enquanto muita gente fica apreensiva por conta disso, a imunologista Akiko Iwasaki, da Universidade de Yale, diz que isso a deixou feliz. “É um bom exemplo didático de como a resposta imunológica deve funcionar”, explicou a especialista em entrevista à Nature. No caso em questão, um homem de Hong Kong apresentou a doença novamente, mas sem sintomas. Isso pode significar que o sistema imunológico do paciente pode ter se lembrado do contato anterior com o vírus e agido rapidamente para evitar sintomas mais graves.

Isso mudou quando um paciente de Nevada, nos Estados Unidos, também teve a reinfecção confirmada, mas desta vez com sintomas mais severos. Para Iwasaki, isso mostra que ainda há muito o que aprender sobre o novo coronavírus. Na questão das reinfecções, existem 3 grandes dúvidas sem respostas:

1. As reinfecções são comuns?

O assunto é discutido desde o começo da pandemia, mas muitos daqueles casos se tratavam de uma continuação da primeira infecção. Nas últimas semanas, porém, o número de reinfecções comprovadas aumentou. Nos casos de Nevada e Hong Kong, o mapeamento genético do vírus mostrou que variantes diferentes causaram a nova infecção.

Com quase 30 milhões de infectados no mundo, os poucos casos confirmados de reinfecções podem ser um alívio. Ainda assim, agora que muitos países já enfrentaram a primeira onda, novos casos devem surgir e ajudar a compreender a resposta imunológica do corpo após a primeira exposição ao novo. O fato de poder rastrear a infecção através do mapeamento genético deverá ajudar a mostrar as cepas mais agressivas do agente causador da covid-19.

Vírus evolui de maneira diferente entre pessoasVírus evolui de maneira diferente entre pessoas

2. As reinfecções serão mais graves?

Já foi comprovado que apenas uma pequena parcela dos infectados desenvolve os sintomas mais graves da covid-19. A maioria das pessoas é assintomática, enquanto outras precisam de cuidados de terapia intensiva. A mesma discrepância pode ocorrer nas reinfecções: pacientes que não tiveram sintomas graves na primeira vez podem desenvolvê-los na segunda e vice-versa.

Os cientistas tentam entender como a memória imunológica atua na nova infecção. Isso é crucial para o desenvolvimento de vacinas mais potentes contra o vírus. Algumas pessoas têm sintomas agravados na primeira infecção por conta de uma resposta imunológica exacerbada, que acaba atacando inclusive tecidos saudáveis. Essas pessoas podem ser propensas a ter sintomas mais graves em um nova infecção.

Outra possibilidade é que os anticorpos produzidos na primeira infecção acabam atuando a favor do vírus em uma possível reinfecção. Essa é uma resposta rara e incomum, mas foi encontrada quando se desenvolvia vacinas para a síndrome respiratória aguda graves (SARS) e a síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS).

Reinfecções devem ajudar a desenvolver vacinas mais potentesReinfecções devem ajudar a desenvolver vacinas mais potentes

3. As reinfecções afetam o desenvolvimento de vacinas?

As vacinas mais eficazes são aquelas feitas para doenças que geram imunidade duradoura após uma primeira infecção – casos como o sarampo e a rubéola. No caso da covid-19, as reinfecções podem significar a necessidade de vacinações mais frequentes. 

Outro detalhe é que a compreensão das reinfecções pode levar a vacinas mais poderosas. Se os pesquisadores descobrirem, por exemplo, que reinfecções ocorrem quando os anticorpos estão abaixo de determinado nível, é possível criar uma estratégia para investigar esse cenário. 

Também é preciso compreender se a vacinação deixará as pessoas imunes ou apenas aptas a não desenvolver sintomas graves. Assim, elas poderiam ser vetores de transmissão do vírus para pessoas não vacinadas.

Reinfecções por Covid-19: 3 dúvidas ainda sem resposta via TecMundo

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