Estudo feito com doces explica a formação das florestas de pedra

19/09/2020 às 05:002 min de leitura

Florestas de pedra não são florestas reais. Embora recebam essa designação, elas são na verdade grandes formações de calcário, construídas pela ação da água, num processo que data de milhões de anos. Quando se aglomeram num determinado local, acabam constituindo uma barreira intransponível.

Muitas dessas estruturas formam torres afiadas e pontiagudas, criando labirintos apertados e acidentados. Uma dessas formas arquetípicas é o chamado pináculo cárstico que se organiza em "multidões" num tipo de relevo conhecido como "florestas de pedra". 

Tais paisagens são características de regiões onde predomina a rocha calcária facilmente dissolúvel. Os exemplos incluem a Floresta de Pedra, ou Shilin, de Kunming, China; os pináculos recortados do Parque Nacional Tsingy de Bemaraha em Madagascar e os Pináculos de Gunung Mulu na Malásia.

Pináculo cárstico (Fonte: Wikimedia Commons)Pináculo cárstico (Fonte: Wikimedia Commons)

A formação das florestas de pedra

A evolução desses cenários, formas de relevo e outras estrutura naturais envolve processos físicos e químicos altamente interativos que resultam em formas enigmáticas e motivos regulares cujos mecanismos formativos, no entanto, permanecem desconhecidos. 

Ou, pelo menos, permaneciam desconhecidos até agora. Um novo estudo publicado na última terça-feira (8) na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences mostrou que essas espirais extremamente afiadas também podem ser formadas sob condições muito mais simples (sólido se dissolvendo num líquido).

O estudo açucarado

"Encontramos a receita mais simples de como fazer um desses pináculos", afirmou o líder do estudo Leif Ristroph, físico experimental e matemático da Universidade de Nova York.

Ristroph não exagera quando usa o termo receita. Usando bastões de doces, como um pirulito cilíndrico com a parte superior em forma de cúpula, os pesquisadores colocaram o doce em pé num tanque com água e simplesmente o deixaram dissolver.

O que se poderia supor é que o doce encolheria, ficando mais ou menos com a mesma forma. Porém, não foi o que ocorreu. Em vez disso, o doce foi aos poucos se tornando uma ponta à medida em que dissolvia. Ristroph afirmou ao site Live Science que esses pontos podem se tornar 10 vezes mais finos do que um fio de cabelo humano. 

"Essa forma diz a você algo sobre os eventos que estão por trás dela, as condições ambientais, os fluxos de fluidos", disse Ristroph. O conhecimento pode ser usado, por exemplo, para conhecer a geomorfologia de outros planetas. 

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