Chama o Mister M: mágica pode ajudar a entender como animais pensam

21/09/2020 às 06:002 min de leitura

Faz algum tempo que vídeos com humanos aplicando truques em seus bichos de estimação — sumir atrás da porta, não jogar a bolinha, sumir com coisas... — se tornaram populares na internet. Mas, além de um meme, praticar mágica com animais pode ter uma utilidade científica: ela pode ajudar a revelar como os animais pensam. 

Quem defende essa ideia é o estudo de PhD da Universidade de Cambridge, Elias Garcia-Pelegrin, em um artigo publicado recentemente na revista Science

Mistério...

O pesquisador argumenta que o uso da mágica se tornou bastante popular, nos últimos anos, em pesquisas com seres humanos, no campo da psicologia — afinal, a mecânica dos truques demonstra, na prática, processos cognitivos como atenção e percepção, nossa habilidade de lembrar o que aconteceu ou antecipar o que vai acontecer, entre outras questões. Ele, então, junta as duas ideias — os vídeos na internet e o uso da mágica na psicologia humana — para sugerir que experiências semelhantes poderiam ser tentadas com animais. 

Em resumo, por mais que esse tipo de vídeo não tenha nenhum rigor científico e a gente não possa dizer que os animais realmente ficaram surpresos com os truques, naquelas situações, dá para dizer que existe alguma reação ali — e que um estudo mais estruturado poderia fazer descobertas interessantes, com esse método. Embora os bichos não possam vocalizar sua surpresa, como os humanos, seria possível medi-la pelo tempo que eles ficam olhando com atenção para a cena do truque. 

Tô nem aí!

Claro que há um grande desafio para que esse método seja implementado: os animais prestarem atenção no mágico e se importarem com o truque, como o próprio artigo da Science pondera. Afinal, a atenção é um dos grandes desafios para fazer qualquer tipo de experiência até com nossos parentes mais próximos, os chimpanzés

Na verdade, as únicas outras espécies que prestam atenção mesmo na gente são aquelas que foram domesticadas, como os cães. 

De qualquer forma, o artigo também argumenta que o uso de ilusões com expectativa e inversão de expectativas já existe no mundo animal — o que é, por si só, mais uma razão para querer estudar isso —: chimpanzés costumam olhar para outro lugar, para enganar seus rivais quando querem alguma coisa e algumas espécies de aves parentes do corvo fingem esconder comida num lugar, quando deixaram o petisco em outro. Os autores, inclusive, sugerem que essas espécies de aves sejam as primeiras a passar por esse novo tipo de estudo. 

Nós, aqui do Mega, achamos que vale a pena chamar o Mister M, pelo menos para uma experiência. E você, o que pensa sobre isso?

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