Estilo de vida
12/10/2020 às 09:00•2 min de leitura
Após mais de 3 mil anos, o Diabo-da-Tasmânia voltou à vida selvagem na Austrália continental. O marsupial, que estava restrito à ilha da Tasmânia, foi reintroduzido no Parque Nacional de Barrington Tops, a 200 km de distância de Sydney, com os últimos representantes do grupo de 26 animais chegando na última segunda-feira (5), pelas mãos do casal de atores Chris Hemsworth e Elsa Pataky.
Considerado o maior marsupial carnívoro do mundo, o Demônio-da-Tasmânia foi extinto do continente australiano muito provavelmente pela ação do dingo, uma espécie de cão selvagem da Austrália, introduzida há 3,5 mil anos. Mas depois de uma queda na quantidade do predador, ele ganhou uma nova chance na região.
Incentivada pela associação sem fins lucrativos Aussie Ark, em parceria com a Global Wildlife Conservation (GWC), a volta do diabo-da-Tasmânia à Austrália pode ajudar não só a recuperar a própria espécie, que atualmente conta com apenas 25 mil animais, mas também a proteger outras ameaçadas, de predadores como gatos selvagens e raposas.
De acordo com o Live Science, somente os gatos são responsáveis pelas mortes de mais de 2 bilhões de animais no território australiano, a cada ano, incluindo pássaros, répteis e mamíferos. Com a reintrodução, os felinos teriam seus hábitos de caça modificados, contribuindo para um melhor equilíbrio do ecossistema local, lembrando que esses marsupiais se alimentam de animais em decomposição.
Esta é apenas a primeira reintrodução do demônio-da-Tasmânia na Austrália continental. Nos próximo dois anos, cerca de 40 novos demônios devem chegar ao local, sendo monitorados por meio de coleiras de rádio e câmeras. O objetivo é verificar como eles se saem no território desconhecido, o que comem e se estão se reproduzindo.
O experimento da volta dos animais ao antigo lar também pode ajudar no combate a outra ameaça mortal ao diabo-da-Tasmânia: um câncer de boca contagioso, detectado na década de 1990, que contribuiu para exterminar aproximadamente 90% da espécie.
Como a doença só se dissemina por meio do contato direto, a isolação dos indivíduos saudáveis dos doentes, no continente, permitiria criar uma população livre do problema.