Cientistas mostram como cérebro percebe medos atuais e passados

18/10/2020 às 09:002 min de leitura

Uma pesquisa publicada na revista Nature na semana passada revelou os processos pelos quais o cérebro humano passa para conseguir distinguir entre os perigos reais do presente daqueles ligados a experiências traumáticas do passado.

Conduzida por uma equipe de neurocientistas das universidades de Nova Iorque (NYU), Rockefeller e McGill,  o estudo tem implicações importantes para a compreensão do transtorno de estresse pós-traumático (PTSD na sigla em inglês), um distúrbio de ansiedade marcado pela incapacidade de distinguir entre perigos passados e presentes, ou de identificar situações “seguras”.  

Fonte: Floaria Bicher/Getty Images/Reprodução
Fonte: Floaria Bicher/Getty Images/Reprodução

Prevendo perigos

Conforme o autor principal da pesquisa, o diretor do Centro de Ciências Neurais da NYU Eric Klann, “as memórias de um episódio traumático podem durar muito tempo. Mas somos capazes de usar essas memórias seletivamente: para prever e responder a um perigo subsequente relacionado, ao mesmo tempo que reconhecemos quando as ameaças não existem”.

Para Klann, esse tipo de percepção é muito importante, quando se trata de sobreviver em um ambiente incerto, como uma zona de conflito ou em momento de intensa agitação social.

O estudo foi realizado a partir da análise dos processos neurológicos utilizados por ratos. Segundo os pesquisadores, aprender a identificar e responder de forma apropriada aos sinais em um ambiente incerto é fundamental para a sobrevivência animal.

Esses sinais podem produzir respostas que deflagram comportamentos defensivos, como “fingir de morto” para escapar de predadores. No entanto, um mesmo ambiente com sinais de ameaça pode se apresentar como “seguro”, ou sem perigo, caso em que os animais retomam um comportamento normal.

Fonte: Fotolia/Reprodução
Amígdala em rosa (Fonte: Fotolia/Reprodução)

Conclusões

Centralizando suas observações na amígdala centrolateral, uma região cerebral com papel importante no processamento e armazenamento de informações relacionadas à emoção, os cientistas buscaram compreender os mecanismos desses processos, interrompendo etapas-chaves na síntese de proteínas em tipos específicos de células.

O procedimento permitiu que fossem identificados os principais atores nesse complicado processo. Os pesquisadores descobriram que a síntese de proteínas em neurônios inibitórios específicos na amígdala (que expressam o hormônio somatostatina) é crucial para armazenar informações sobre ameaças.

Por outro lado, síntese de proteínas em neurônios que expressam PKCd, uma enzima ou proteína quinase, são as que armazenam informações complementares sobre sinais de segurança.

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