Estilo de vida
10/12/2020 às 14:00•2 min de leitura
Uma equipe de arqueólogos pretende concluir ainda neste mês a escavação de um navio viking em Gjellestad (Noruega). A embarcação tem 19 metros de comprimento, 5 metros de largura e foi encontrada graças ao uso de um radar de penetração do solo (GPR) perto de Jell Mound, um dos maiores montes funerários da Idade do Ferro em toda a Escandinávia.
Como era de se esperar, a maior parte do navio apodreceu ao longo dos séculos; porém, detalhes como o design dos pregos e o que sobrou da quilha favorecem a construção de uma réplica no futuro. A estimativa dos estudiosos é de que ele seja do período viking pré-cristão (anos 750-850).
“Ainda não sabemos se ele era a remo ou a vela. Outros, como o Gokstad e o Tune, combinavam remo e vela”, relatou o arqueólogo Knut Paasche, do Instituto Norueguês para Pesquisa do Patrimônio Cultural. Segundo o pesquisador, o estudo da quilha também será essencial: “a quilha parece muito diferente das outras, o que é realmente empolgante”.
Barcos e navios imponentes eram símbolos de poder entre os vikings, tanto na vida quanto após a morte. Sendo assim, era comum que membros da nobreza fossem enterrados com objetos nas embarcações, na maior expressão possível de status e riqueza.
De acordo com o especialista Christian Rodsrud, líder da escavação, o enterro no navio pode ter sido para um rei, uma rainha ou outro nobre. “Tenho certeza que essa sociedade tinha contatos distantes, e a pessoa enterrada deve ter viajado bastante.”
Outro fato que corrobora essa constatação é que a sepultura apresenta indícios de ter sido saqueada, talvez por rivais da família nobre, como um ato político. Essa é a aposta descrita em um artigo publicado recentemente no periódico Antiquity.
Ainda não foram encontrados ossos humanos com o navio escavado em Gjellestad, mas os arqueólogos identificaram os ossos de um animal grande — provavelmente um cavalo ou um búfalo. Já os objetos devem ter sido removidos pelos saqueadores.