Ciência
04/01/2021 às 03:00•2 min de leitura
Frequentemente, os morcegos são chamados de super-heróis ecológicos, não só porque polinizam muitos de nossos alimentos, mas também porque se alimentam das pragas agrícolas que comprometem as colheitas, podendo poupar dinheiro para os agricultores, e funcionar como um exterminador não-poluente de pragas.
Como todo super-herói, os morcegos têm lá os seus superpoderes, e talvez o mais impressionante seja a visão. Enquanto nós humanos não somos capazes de distinguir um urso no escuro, os morcegos conseguem detectar até um mosquito numa noite sem lua. E eles fazem isso usando suas orelhas.
Não que esses quirópteros tenham vista fraca; eles na verdade enxergam muito bem, e até em cores. Porém, o grande desafio do qual os morcegos dependem para sobreviver é conseguir capturar as suas presas que são, literalmente, fast food, pois se movem rápido e no escuro.
Como têm hábitos noturnos, os morcegos utilizam um sistema natural de ecolocalização, que é capaz de detectar objetos tão finos quanto um fio de cabelo humano na escuridão total. Os cérebros desses animais mapeiam ecos de uma forma que os permite localizar insetos para se alimentar e, no caminho, evitar obstáculos.
Atualmente, o uso da ecolocalização dos morcegos pode ser uma ferramenta para que possamos salvá-los. No leste da América do Norte, uma doença fúngica mortal chamada síndrome do nariz branco (WNS na sigla em inglês) já dizimou cerca de mais de 90% das populações de morcegos.
Uma vez que os morcegos não são facilmente observáveis devido aos seus hábitos noturnos, um grupo de cientistas está tentando compreender a forma pela qual esses mamíferos ecolocalizam, para poder registrá-los e conseguir salvar as populações da Colúmbia Britânica e de Alberta, no Canadá, onde o fungo mortal ainda não chegou.
Alguns morcegos têm grandes orelhas para captar os seus ecos, mas, como os insetos dos quais se alimentam são pequenos, são obrigados a emitir sons de alta frequência, o ultrassom, que ouvidos humanos não conseguem ouvir.
E é justamente a maneira com a qual as diferentes espécies usam suas frequências sonoras, o que pode constituir uma importante ferramenta para que cientistas, usando detectores acústicos, consigam identificar as espécies que voam sem serem vistas nos céus noturnos.