Mistérios
08/01/2021 às 10:00•2 min de leitura
A região de Sutton Hoo, próximo a Suffolk, na Inglaterra, possui uma importância histórica tremenda, abrigando dois cemitérios medievais primitivos que datam dos séculos VI a VII, com um deles guardando um navio intocado recheado de artefatos anglo-saxões.
As escavações na área começaram em 1939, e desde então vêm revelando vários itens feitos em ouro e joias, além de auxiliar os estudiosos a compreenderem melhor o que ocorreu nos primeiros anos da Inglaterra medieval, época que não possui muitas documentações.
Confira a seguir alguns fatos fascinantes deste achado arqueológico que é considerado um dos mais importantes, tanto por tamanho quanto raridade, do Reino Unido.
Em 1926, Edith Pretty, uma ex-enfermeira da Primeira Guerra, mudou com seu marido Frank para a região. Por ser de uma família abastada, a mulher teve a chance de conhecer o mundo em sua juventude, e desenvolveu um grande interesse por arqueologia.
Após o falecimento de Frank em 1934, Edith começou a ficar mais em sua propriedade, sendo constantemente atraída por um conjunto peculiar de 18 montes que ficavam a aproximadamente 500 metros de seu lar.
Decidindo que era preciso realizar uma investigação, ela procurou um museu local, e foi então que os funcionários recomendaram o arqueólogo e astrônomo autodidata Basil Brown para este projeto.
Quando o Império Romano caiu por volta de 410 d.C., seu exército deixou o que hoje seria o leste da Inglaterra, o que abriu espaço para que tribos germânicas, como os anglos e os saxões, invadissem e se estabelecessem ali.
Por muito tempo, os estudiosos acreditaram que a época entre o século V ao X foi marcada por uma civilização sem lei e ignorante, pois não havia mais a influência civilizadora dos romanos, e ficou conhecida como Idade das Trevas. Contudo, o navio fúnebre de Sutton Hoo provou o contrário, demonstrando com seus detalhes e artefatos a rica cultura que existia no início do período medieval.
Infelizmente, a acidez do ambiente de Sutton Hoo fez com que o corpo enterrado no antigo navio se dissolvesse, impedindo os especialistas de determinarem com certeza absoluta quem foi colocado ali. Contudo, a principal teoria aponta que o navio teria sido o local de sepultamento do Rei Rædwald da Anglia Oriental, que fazia parte de uma dinastia que governou a região por muitos anos, e cujos ancestrais teriam vindo como invasores por volta de 500 d.C.
Rædwald teria sido um grande soberano e acredita-se que seu falecimento ocorreu por volta de 624 d.C., o que o torna o candidato ideal para uma cerimônia fúnebre tão luxuosa.