Ciência
02/03/2021 às 08:00•1 min de leitura
Pesquisadores do Observatório Astronômico Nacional do Japão tentam recriar o primeiro instante após o Big Bang, simulando 4 mil versões do universo em um supercomputador.
O objetivo é ilustrar as consequências imediatas após a grande explosão quando o universo se expandiu 1 trilhão de trilhões de vezes de tamanho em menos de um microssegundo.
Ao aplicar o método usado para as simulações, os cientistas esperam chegar a um entendimento preciso de como foi esse período inflacionário, segundo pesquisa publicada no Live Science.
(Fonte: Pixabay/Reprodução)
O universo tem variações de densidade, com algumas galáxias ricas e outras relativamente áridas. Uma hipótese para essa distribuição desigual da matéria visível é que, na época do Big Bang, já havia flutuações quânticas ou mudanças aleatórias e temporárias de energia, no minúsculo universo primordial, segundo os cientistas.
Quando o universo se expandiu, essas flutuações teriam se expandido também, com pontos mais densos se estendendo para regiões de maior densidade do que seus arredores. As forças gravitacionais teriam interagido com esses filamentos esticados, fazendo com que as galáxias se aglomerassem ao longo deles.
As interações gravitacionais são complexas, então tentar retroceder neste período inflacionário para entender como o universo seria antes dele é muito desafiador.
(Fonte: Pixabay/Reprodução)
Basicamente, os pesquisadores precisam remover as flutuações gravitacionais da equação, e é exatamente isso que a equipe tenta fazer com o método de reconstrução para testar diversas versões. Para isso, eles usaram o supercomputador ATERUI II da NAOJ para criar as 4 mil versões do universo, todas com flutuações de densidade diferentes.
Com a técnica, os pesquisadores permitiram que esses universos virtuais passassem por suas próprias inflações virtuais e, em seguida, aplicaram o método de reconstrução a eles, para ver se isso poderia levá-los de volta aos seus pontos de partida originais.
Os resultados promissores foram publicados em 4 de janeiro na revista Physical Review D. Agora, o próximo passo é aplicar a reconstrução às observações reais da teia cósmica.