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Por que lembramos de coisas inúteis em vez do que é importante?

12/06/2021 às 07:002 min de leitura

Muitas vezes, temos a impressão de que nossa mente prioriza informações inúteis em vez das memórias consideradas importantes, substituindo momentos que são mais valiosos por situações momentâneas e com pouco valor afetivo. Assim, é normal nos depararmos com situações em que esquecemos, por exemplo, onde deixamos a chave do carro, uma data especial ou uma prova, mas acabamos lembrando de um aniversário há uma década.

Apesar disso ser um verdadeiro mistério para nós, tudo indica que a ciência vem avançando nos estudos neurológicos, através de pesquisas consideradas "uma revolução científica de boa fé nos últimos 10 anos" e fundamentadas na criação da droga experimental Ampakine, que apresentou melhorias na velocidade de aprendizagem e na retenção de informações em ratos laboratoriais. Segundo o professor Irvine Gary Lynch, da Universidade da Califórnia, a Ampakine foi desenvolvida para fortalecer a recuperação de memórias em casos leves de demência, derrame e doença de Alzheimer, mas ainda não foi testada em humanos.

A categorização da memória

Lynch explica que os humanos utilizam dois tipos distintos de memórias: a "memória episódica" e a "memória de rabiscos". Quando lembramos de eventos marcantes, mas que não possuem significados relevantes a partir de um momento, essa memória fica armazenada na seção "episódica", que utiliza bombardeamento de hormônios para preservar emoções e sensações. Já questões urgentes e que necessitam de um resgate imediato ficariam alocadas na "de rabiscos", setor que não consegue guardar muitos fragmentos e acaba substituindo-os recorrentemente em poucas horas.

(Fonte: Pixabay / Reprodução)(Fonte: Pixabay / Reprodução)

Em casos mais extremos, alguns dos fragmentos de memórias importantes são permanentemente perdidos, principalmente por estarmos praticando pensamentos e guardando informações constantemente. Esse fato reforça que, mesmo com um potencial gigante para armazenar eventos do passado e dados significantes, o cérebro humano opera com uma capacidade limitada e seria necessário muitas vidas para poder preenchê-lo.

O cérebro forma automaticamente essas categorias e sacrifica lembranças registradas para poder inserir uma série de fatos novos, algo que inicialmente mexe com a percepção e gera confusões resultantes de padrões aleatórios, mas que com o tempo passam a se unir a emoções e padrões de comportamento, criando vínculos. Uma vez existentes esses elos, as imagens são completamente formadas na mente e somos capazes de viver tudo apenas com a imaginação.

Até o momento, os especialistas seguem com as investigações sobre o funcionamento da memória humana e esperam em breve obter respostas mais claras sobre a substituição de lembranças, sejam relacionadas às perdas definitivas ou à categorização de eventos na mente.

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