Ciência
01/07/2021 às 05:00•2 min de leitura
Admirado e divulgado nas mídias sociais, o macaco-dourado-de-nariz-arrebitado é um dos primatas que mais aparecem nas telas dos nossos celulares, pela sua fofura, elegância e humor. Na vida real, porém, eles estão sendo extintos pela ação de caçadores de peles e do desmatamento causado pela expansão agrícola desordenada na China.
Fonte: Marsel von Oosten/Reprodução
Encontrados ao vivo apenas em seu habitat nativo nas montanhas Qinling, na região central da China, as populações de macacos-dourados-de-nariz-arrebitado foram dizimadas à metade nos últimos 40 anos. Após uma impiedosa perseguição de caçadores do lucrativo mercado de peles, esses primatas foram classificados como “Ameaçados” em 2015, pela União Internacional para Conservação da Natureza.
O perigo de extinção da espécie, hoje estimada entre 8 mil a 15 mil indivíduos, não representa apenas a sua perda em si, mas envolve um delicado ecossistema, que depende da dieta do Rhinopithecus roxellana hubeiensis, responsável pela dispersão de sementes nas florestas circunvizinhas.
Fonte: Marsel von Oosten/Reprodução
Quem estiver interessado em conhecer o macaco-dourado-de-nariz-arrebitado em seu habitat natural deve estar preparado para uma viagem a outro mundo. As montanhas de Qinling ficam na borda oriental do Tibete, onde a temperatura chega a atingir 8ºC negativos durante o inverno.
Nossos amigos Rhinopithecus são uma das poucas espécies de primatas capazes de sobreviver a essas temperaturas. De comportamento gregário, esses espertos primatas são conhecidos por emitir 18 tipos diferentes de vocalizações, de alegria, espanto, e alarmes, sendo capazes de se deslocar em bando para altitudes mais amenas.
Fonte: Su Neko/Flickr/Reprodução
A dieta do macaco-dourado-de-nariz-arrebitado varia de acordo com a estação, mas se constitui, principalmente, de cascas de árvores, sementes gordurosas, frutas e folhas durante o verão. No inverno, eles se alimentam de líquens formados em árvores mortas. Eles fazem uma espécie de "sesta" coletiva por volta do meio-dia, quando comem, limpam uns aos outros e brincam. À noite, dormem todos juntos.
As famílias são normalmente formadas com um macho e quatro fêmeas, que permanecem sempre em árvores, e amamentam coletivamente seus filhotes. Quando surge algum tipo de ameaça sazonal, como lobos ou aves de rapina, os pequenos bandos de 20 a 30 Rhinopithecus se organizam em grupos maiores que podem chegar a 600 espécimes.