Navio submerso há 120 anos revela tesouro em garrafas de cerveja

26/08/2021 às 09:302 min de leitura

Durante expedições ao navio submerso Wallachia, naufragado em 1895 na costa escocesa, o explorador e técnico de mergulho Steve Hickman encontrou lotes de bebidas alcoólicas escondidas no porão da embarcação, incluindo milhares de cervejas bem-preservadas. A descoberta logo chamou a atenção do mergulhador e exibiu um tesouro inestimável, que em breve poderia mudar completamente a forma de fabricação do líquido fermentado.

Desde a década de 1980, Hickman vem trabalhando nos destroços do Wallachia e, até então, já havia recuperado dezenas de garrafas de uísque, gim e cerveja. Porém, foram os últimos lotes extraídos do navio que revelaram uma surpresa, identificada posteriormente por especialistas da empresa Brewlab. Em nota, cientistas confirmaram que em algumas garrafas não existia apenas levedura viva, mas uma cepa incomum que poderia melhorar o sabor e a consistência das cervejas modernas.

O projeto, conhecido como bioprospecção, consiste em enviar equipes para locais remotos e inexplorados, a fim de descobrir variantes de leveduras que possam ter relação com inúmeras aplicações, desde combater a poluição até auxiliar na produção de aromas para a perfumaria. Assim, as cervejas seriam apenas um dos segmentos beneficiados com a extração dos organismos unicelulares microscópicos.

(Fonte: Steve Hickman - BBC / Reprodução)(Fonte: Steve Hickman - BBC / Reprodução)

Curiosamente, a levedura presente nas bebidas do Wallachia foi responsável por um efeito degustativo surpreendente e, boa parte delas, estava quase em condições de serem apreciadas. Hickman revelou que, ao abrir algumas das unidades, presenciou uma espuma espessa e cremosa sair das garrafas, quase ignorando que estavam lacradas e abandonadas desde o final do século XIX (ou além).

O poder da levedura nas cervejas

A Brewlab informou que as cervejas tinham dois tipos diferentes de leveduras: Brettanomyces e Debaryomyces. Esses micro-organismos, que não são comuns em garrafas mais antigas, consomem os açúcares de grãos maltados — cevada — e os transformam em diversos subprodutos, como álcoois e dióxido de carbono, conferindo um sabor particular dependendo de qual cepa esteja atuando no processo de fermentação.

(Fonte: Getty Images / Reprodução)(Fonte: Getty Images / Reprodução)

A experimentação, em especial com a utilização dos tipos de levedura encontrados no Wallachia, pode resultar na descoberta de novos sabores e aromas, além de impulsionar os trabalhos na área das modificações genéticas e levar substâncias em larga escala para as indústrias. Quanto ao navio, exploradores sugerem que ainda há muito a ser estudado sobre o tesouro, mas apontam que os destroços devem desaparecer em breve com toda a carga submersa restante.

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