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Estado de negação pós-diagnóstico pode ser uma condição neurológica

27/10/2021 às 02:002 min de leitura

Quando passamos por uma situação traumática, é comum ocorrerem fases para atingir a aceitação. Uma das primeiras e mais conhecidas é a negação, o estado em que o paciente age como se não soubesse ou, ainda, não estivesse doente. A negação, geralmente, passa após um certo período, e é seguida por outras atitudes que culminam no reconhecimento do diagnóstico. Porém, às vezes, o estado de negação não passa e esse pode ser um sinal forte da anosognosia, condição caracterizada pela falta de consciência da própria doença.

O grande problema de não aceitar um diagnóstico é que isso influencia diretamente no tratamento. Se o paciente não acredita na necessidade de intervenção médica, ele pode postergar ou até mesmo, negar os cuidados de saúde, o que leva ao agravamento da situação. Um paciente que recebe um diagnóstico e não começa o tratamento por conta da anosognosia, pode, por exemplo, perder a janela de oportunidade em que a doença ainda era tratável, e quando decide se tratar pode já ser tarde demais.

O diagnóstico da anosognosia é complexo, pois, por vezes, ela está conectada a outras condições do sistema neurológico, como o Alzheimer, acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e tumores. Os principais sintomas também podem estar presentes em outras doenças, o que dificulta ainda mais a percepção, são eles: perda de memória, alteração de personalidade, negação, irritabilidade, limitação da capacidade de se expressar e outros.

A existência da condição só foi descoberta quando dois pacientes com hemiplegia e paralisia, que não tinham consciência da falha motora, apresentaram um quadro neurológico chamado heminegligência, em que não se reconhece metade de tudo que é existente.

Infelizmente, ainda não há tratamentos específicos para a anosognosia e, uma vez realizado o diagnóstico, os esforços se concentram em gerar qualidade de vida para aquele paciente por meio de estímulos cognitivos, truques para detecção de deficiências, tratamentos paliativos e pela promoção de conforto emocional. Apesar de não ser uma doença, a anosognosia deve ser acompanhada por um neurologista.

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Fabiano de Abreu Rodrigues, colunista do Mega Curioso, é doutor e mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências com o título reconhecido pela Universidade Nova de Lisboa; PhD em neurociência pela Logos University International/City University. É também mestre em Psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio/Unesco; pós-graduado em Neuropsicologia pela Cognos em Portugal e em Neurociência, Neurociência Aplicada à Aprendizagem, Neurociência em Comportamento, Neurolinguística e Antropologia pela Faveni do Brasil; conta com especializações avançadas em Nutrição Clínica pela TrainingHouse em Portugal, The electrical Properties of the Neuron, Neurons and Networks, Neuroscience em Harvard (EUA); é bacharel em Neurociência e Psicologia pela EBWU e licenciado em Biologia e História pela Faveni do Brasil; tecnólogo em Antropologia pela UniLogos (EUA); com especializações em Inteligência Artificial na IBM e programação em Python na Universidade de São Paulo (USP); e MBA em Psicologia Positiva na Pontifícia Universidade Católica (PUC).

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