Ciência
27/12/2021 às 13:00•2 min de leitura
Dormir, além de ser delicioso, é um dos mecanismos mais importantes para o funcionamento do corpo humano. Quando não conseguimos ter uma noite boa de descanso, é certo que haverá maior dificuldade para ser produtivo ou colocar a mão na massa. A falta de sono pode estar até atrapalhando sua criatividade.
De acordo com um novo estudo, o hábito de cochilar praticado por Thomas Edison e Salvador Dalí pode ser a maneira ideal de colocar o cérebro para funcionar. Então, veja o que esses grandes nomes do passado faziam para manter a qualidade do sono em ordem.
(Fonte: Pexels)
A recente descoberta de pesquisadores do Instituto do Cérebro de Paris (França) foi publicada na revista Science Advances. Para a obtenção de dados, os estudiosos examinaram 103 participantes que foram instruídos a se adormecer e alcançar a fase N1, também chamada de estágio de hipnagogia do sono.
Durante o N1, as pessoas são capazes de perceber formas, cores e sonhar um pouco, mas ainda não estão no estágio de sono mais profundo. Como o indivíduo adormecido ainda consegue ouvir sons do "mundo exterior", o truque seria permanecer no estado N1 apenas momentaneamente.
Dalí e Edison tinham o costume de cochilar enquanto seguravam um objeto nas mãos. Assim que eles começavam a entrar em um estado mais profundo de sono, os músculos do corpo relaxavam e o objeto era derrubado no chão, fazendo que eles acordassem imediatamente. Após esse momento, eles iam direto para a mesa de trabalho, acreditando que o breve descanso havia impulsionado a criatividade.
(Fonte: Pxhere)
Na "vida real", será que a técnica de Dalí e Edison tem algum fundamento? Durante o estudo citado, as cobaias receberam um copo para segurar e foram monitoradas nos estágios mais profundos do sono por um eletroencefalograma. Do mesmo modo, elas deveriam acordar assim que o objeto batesse no chão.
A parte mais complicada, entretanto, era medir o aumento da criatividade, por ser mais delicado de quantificar. Para isso, os cientistas distribuíram equações matemáticas para serem resolvidas logo que os participantes acordassem. A conta escondia uma solução fácil, que precisaria de uma boa dose de criatividade para ser encontrada rapidamente.
Após o término do experimento, 30% das pessoas que permaneceram acordadas o tempo todo foram capazes identificar a solução com facilidade e 85% dos participantes que conseguiram chegar ao estágio N1 do sono por pelo menos 15 segundos obtiveram a resposta. Caso o sono fosse profundo, os benefícios da criatividade pareciam desaparecer.
(Fonte: Pxhere)
Mesmo após o fim do estudo, os pesquisadores não conseguiram afirmar exatamente qual seria o motivo para que a breve estadia no estágio N1 ajudasse o cérebro a fazer mais associações. Mesmo assim, existem evidências de que estar em um estado semilúcido pode ser benéfico para o corpo por um tempo.
Em geral, sonecas de 20 a 25 minutos costumam ser vistas como excelentes para repor energia ou simplesmente relaxar durante um intervalo de trabalho. Porém, cochilos de 30 minutos podem favorecer a insônia, aumentar o cansaço e até mesmo estar associados a problemas de saúde, como a diabetes.