Artes/cultura
09/02/2022 às 04:00•2 min de leitura
Recentemente, o rover Curiosity da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA) coletou amostras de rochas em pó na superfície de Marte. O surpreendente veio após as análises que indicaram a rica presença de um carbono que, na Terra, está associado a processos biológicos da vida. Ainda é cedo para afirmar que exista vida antiga ou moderna em Marte, ainda não foram encontradas evidências conclusivas. Mas essa é certamente uma descoberta intrigante.
Mesmo que a hipótese de vida acabe por ser desconsiderada, é necessário investigar o que poderia ter causado as assinaturas de carbono. Uma das coisas que devemos sempre considerar é que se trata de dois planetas completamente distintos. Portanto, o conhecimento que temos sobre as atividades terrestres talvez não possam ser aplicados em Marte.
Seflie tirada pelo rover Curiosity na superfícia de Marte. (Fonte: NASA/Reprodução)
Mesmo assim, a explicação biológica que os cientistas do Curiosity apresentam em seu artigo é inspirada na vida da Terra, que envolvem bactérias antigas que, na superfície, teriam produzido uma assinatura única de carbono ao liberar metano na atmosfera, onde a luz ultravioleta teria convertido esse gás em moléculas maiores e mais complexas. Essas novas moléculas teriam chovido na superfície e teriam sido preservadas com sua assinatura distinta de carbono nas rochas do planeta vermelho.
Existem ainda outras duas hipóteses que devem ser consideradas: a primeira sugere que a assinatura de carbono pode ter resultado da interação da luz ultravioleta com o gás dióxido de carbono na atmosfera marciana, produzindo novas moléculas contendo carbono que teriam se estabelecido na superfície. Na segunda, o carbono poderia ter sido deixado para trás em um evento raro de centenas de milhões de anos atrás, quando o sistema solar passou por uma gigantesca nuvem molecular rica no tipo de carbono detectado. O carbono é tão importante porque é algo encontrado de forma contínua em toda a vida na Terra.
Marte é menor, mais frio, tem gravidade mais fraca e gases diferentes da Terra em sua atmosfera. O carbono pode ainda estar circulando sem nenhuma relação à ideia de vida. Porém, o que foi encontrado em Marte, na Terra, significaria atividade biológica. Por isso, a partir de agora, o fundamental é definir como o carbono se comporta em Marte e chegar às conclusões.
E enquanto aguardamos… O que você acha?
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Fabiano de Abreu Rodrigues, colunista do Mega Curioso, é doutor e mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências com o título reconhecido pela Universidade Nova de Lisboa; PhD em neurociência pela Logos University International/City University. É mestre em Psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio/Unesco; pós-graduado em Neuropsicologia pela Cognos em Portugal e em Neurociência, Neurociência Aplicada à Aprendizagem, Neurociência em Comportamento, Neurolinguística e Antropologia pela Faveni do Brasil. Conta com especializações avançadas em Nutrição Clínica pela TrainingHouse em Portugal, The Electrical Properties of the Neuron, Neurons and Networks, Neuroscience em Harvard (EUA). É bacharel em Neurociência e Psicologia pela Emil Brunner World University (EBWU) e licenciado em Biologia e História pela Faveni do Brasil; tecnólogo em Antropologia pela UniLogos (EUA); com especializações em Inteligência Artificial na IBM e Programação em Python na Universidade de São Paulo (USP); e MBA em Psicologia Positiva na Pontifícia Universidade Católica (PUC).