Ciência
19/03/2022 às 08:00•2 min de leitura
No dia 26 de abril de 1986, o mundo ganhou um novo e trágico capítulo em sua história: o acidente na usina nuclear em Chernobyl, na Ucrânia. Mais uma vez, a espécie humana ficou diante do risco iminente de extinção. Quase quatro décadas depois, para a surpresa de muitos biólogos, animais e plantas encontraram um refúgio para prosperarem nas redondezas de Chernobyl.
Mas, se a área ao redor das ruínas da usina não é segura para os seres humanos, como animais e plantas conseguem sobreviver ali? Isso é o que vamos te responder hoje, continue lendo!
(Fonte: James Beasley/Sarah Webster/Nat Geo Image Collection)
Não é segredo para ninguém que os animais evitam o contato com os seres humanos. Sendo assim, as ruínas de Chernobyl se tornaram um endereço apreciado para várias espécies de pássaros e mamíferos — alguns em risco de extinção. Depois do desastre na usina nuclear, especialistas garantiram que o local não seria seguro para humanos por 24 mil anos.
Hoje, a floresta já invadiu casas e a população de diversos animais está aumentando constantemente. Lobos já formam matilhas e cavalos da espécie Przewalsk, a última espécie de cavalos selvagens do mundo, são vistos cavalgando livremente. Além deles, veados, ursos, javalis a até linces, uma espécie de grande felino, podem ser encontrados na chamada “Zona de Exclusão”.
A Zona compreende um raio de 30 quilômetros a partir do local do acidente nuclear. Trata-se, portanto, de uma região gigantesca, maior do que muitos parques florestais mundo a fora.
(Fonte: Reprodução)
Após o acidente, animais e plantas morreram imediatamente. A floresta passou da cor verde para vermelho, algo que chocou o mundo e ainda surpreende as pessoas. Para evitar a contaminação radioativa, inúmeros animais foram sacrificados, entre bichos domésticos e selvagens. Os que escaparam dos caçadores, morreram de câncer. Parte da área da floresta que ficou avermelhada na época se recuperou, embora não seja seguro ir até lá.
Cientistas do mundo todo não sabem esclarecer se os animais e plantas que vivem em Chernobyl estão saudáveis, se sofreram mutações ou se seus descendentes carregam algum tipo de característica incomum. Realizar pesquisas naquela região ainda não é seguro.
J. Beasley, biólogo da Universidade da Georgia, acredita que, ainda que os animais adoeçam, o número de doentes não afetaria o indicador populacional dessas espécies, em comparação com outras florestas. "A maioria dos animais morre durante os primeiros meses de vida, e os que atingem a idade adulta nunca vivem muitos anos, sendo que o câncer é, muitas vezes, uma doença que ocorre em idades tardias", explicou ao jornal português Diário de Notícias.
Anders Møller, pesquisador da Universidade de Paris, afirma que é possível ver efeitos negativos da radiação em diferentes organismos daquela região. Contudo, ele pontua que os estudos realizados ainda não conseguiram indicar o impacto desse efeito na saúde dos seres vivos que decidiram morar em Chernobyl.