Ciência
02/06/2022 às 04:00•2 min de leitura
Múmias são muito mais que personagens de filmes de terror ou um tipo de fantasia. Mumificação, a técnica que dificultava a decomposição dos corpos, aprimorada pelos egípcios, resultava em uma múmia: um cadáver com pele e órgãos preservados pela ação de algum agente químico ou frio extremo, por exemplo.
Foram as múmias dos faraós egípcios que tornaram esses cadáveres famosos, especialmente a de Tutancâmon, Seti I e Ramsés II. Mas existem muitos fatos a respeito delas que ainda são pouco conhecidos. Confira alguns deles para usar como quebra-gelo no seu próximo encontro, ou apenas para adquirir mais conhecimento mesmo.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Havia uma substância utilizada como medicamento que se chamava "mumiya", uma palavra com origem no idioma árabe. Havia uma segunda substância utilizada na técnica de mumificação, o betume, cujo nome em árabe era muito semelhante à palavra "múmia". Europeus chegaram a consumir essas substâncias crendo serem remédios.
(Fonte: Wikimedia Commons)
De acordo com a Unesco, as evidências mais antigas conhecidas sobre a técnica de mumificação são da América do Sul, no deserto do Atacama. De acordo com pesquisadores da Universidade de Tarapacá, no Chile, os chinchorros começaram mumificando apenas crianças, mas expandiram o uso da técnica para qualquer membro da sociedade.
As múmias chinchorro, nome que faz referência à sociedade de pescadores que habitou regiões do Peru e Chile, estão, infelizmente, se degradando em virtude do crescimento de bactérias e excesso de umidade.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Parece piada, mas ao longo da reta final do século XIX, vendedores ambulantes nas cidades do Egito comercializavam múmias nas ruas. Elas eram apreciadas pela corte inglesa, que durante a Era Vitoriana promovia umas "festas estranhas com gente esquisita".
No caso, eram reuniões nas quais os integrantes da corte desembrulhavam as múmias, sem muita explicação sobre a razão além do prazer de se reunir para ver o que haveria por baixo dos tecidos.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Quem estuda o Egito Antigo sabe que os gatos eram os animais de estimação preferidos daquela sociedade. O que pouca gente sabe é que muitos deles acabaram sendo criados com objetivo específico de serem mortos e mumificados como uma oferenda aos deuses e companhia aos mortos. Vida dura a dos gatinhos.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Se a técnica de mumificação já chama a atenção, imagine saber que, ao longo do século XIX, muitas múmias egípcias foram importadas para os Estados Unidos para que fossem desembrulhadas. Calma, não para por aí: o objetivo era utilizar os trapos de linho que enrolavam os corpos para fazer papel.
E não pensem que foi o mais estranho. No mesmo período, uma empresa britânica adquiriu 180 mil múmias de gatos para pulverizá-las nos campos como fertilizante. Resta saber se quem comia sabia o que tinha nos alimentos.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Talvez seja engraçado ler isso, quando temos na mente as imagens das múmias tão secas e finas em virtude da ação do tempo, mas a maior parte dos faraós egípcios, que passaram pelas técnicas de mumificação, eram gordos.
Conta a história que esses faraós mantinham uma dieta rica em açúcar, obtidas do consumo de pão, mel, cerveja e vinho. Exames realizados em alguns desses corpos encontrados descobriram que sofriam de obesidade, doenças cardíacas e diabetes. Hatshepsut, a mais famosa faraó do Egito, além de obesa, tinha cárie em seus dentes.