Estilo de vida
06/09/2022 às 14:00•2 min de leitura
O que sabemos da catástrofe que levou à extinção de 75% das espécies terrestres, incluindo dinossauros, é que um asteroide medindo 10 quilômetros de largura atingiu a costa da península de Yucatán, no México. A partir do impacto, se formaram gigantescos tsunamis e incêndios florestais. Além disso, rochas marítimas sofreram uma vaporização que liberou gases tóxicos na atmosfera, levando o clima do planeta a oscilações extremas.
Contudo, um estudo publicado na revista Science Advances aponta para a possibilidade de um segundo impacto ter ocorrido na costa da África Ocidental. Segundo as estimativas do estudo, uma cratera recém descoberta, apelidada de Nadir em homenagem a um vulcão vizinho, deve ter sido criada a partir do impacto de uma rocha espacial de pelo menos 400 metros de largura que atingiu o planeta na mesma época daquela que caiu sobre o México.
Dados incomuns levaram à descoberta da cratera. (Fonte: Shutterstock)
O pesquisador Uisdean Nicholson, da Universidade Heriot-Watt, em Edimburgo, estava estudando dados sísmicos para compreender melhor como ocorreu a separação entre a América do Sul e a África quando se deparou com dados incomuns.
As ondas sísmicas analisadas pelo pesquisador ricocheteavam em um determinado local, apontando que ali poderia haver algum tipo de depressão nas camadas subterrâneas. Nicholson procurou outros cientistas para perguntar se eles achavam que isso poderia ser o indício de uma cratera de impacto e todos concordaram que se tratava de uma.
Asteroide varreu o mar por onde passsou. (Fonte: Shutterstock)
Depois de analisar a forma e o tamanho da cratera recém descoberta, os cientistas conseguiram criar um modelo de como ocorreu o impacto. Segundo eles, a rocha espacial atingiu a superfície do mar a mais de 72 mil quilômetros por hora.
A colisão desencadeou 5 mil megatons de energia e vaporizou a água e as camadas do fundo do mar abaixo do local instantaneamente. Momentos depois, o fundo do mar teria subido com um formato de pico e desmoronado sobre si mesmo em seguida, formando a depressão que os pesquisadores encontraram.
Cientistas monitoram futuros impactos. (Fonte: Shutterstock)
O impacto de Nadir pode não ter provocado sozinho a morte dos dinossauros, mas adicionou problemas a uma situação que já era caótica. Um dos cenários propostos pela pesquisa é o de que o par de asteroides tenha vindo no mesmo corpo celeste que se fraturou antes de colidir com o nosso planeta. Nadir pode ser menor, mas as consequências regionais que causou acentuaram a devastação da Terra.
Estudar esse tipo de ocorrência pode nos ajudar a entender melhor possíveis impactos futuros. Um deles é o do asteroide chamado Bennu, que possui mais ou menos o mesmo tamanho do que causou a cratera de Nadir e tem chances de 1 em 1.750 de colidir com a Terra nos próximos 3 séculos.