Ciência
10/11/2022 às 11:00•2 min de leitura
Imagine o seguinte cenário: você é um ser humano que vive na Idade Média e um de seus cavalos passou a agir de forma estranha. Você percebe que ele está claramente sentindo um incômodo e algumas feridas jorrando pus passaram a aparecer pelo seu corpo. Qual a melhor saída? Sacrificá-lo?
Se hoje contamos com centros veterinários de altíssima qualidade para tratar nossos animais de estimação, como é que nossos antepassados faziam? A verdade é que quem era responsável por lidar com os animais de nobres medievais e camponeses antigamente eram os curandeiros, que tinham ao seu lado o poder de forças ocultas. Entenda como é que isso funcionava nos próximos parágrafos!
(Fonte: Wikimedia Commons)
Ser veterinário ainda não era uma profissão de verdade durante a Idade Média. Por isso, os curandeiros eram considerados os precursores desses profissionais de hoje. Na hora de lidar com um animal enfermo, eles optavam por empregar palavras mágicas e realizar rituais.
Porém, se você pensa que não existia nem um pouco de ciência envolvida no processo, você está enganado. A realidade é que os curandeiros também tinham consigo alguns remédios primitivos para unir forças com seus "poderes ocultos". Logo, enfrentar doenças era uma mistura de fé, tradição e medicina.
Escolas de medicina veterinária de verdade só foram surgir na França pelas mãos de Claude Bourgelat em 1761. Portanto, é de se imaginar que houve um período onde todo tipo de enfermidade precisava ser tratada com um pouco de "magia" — apesar dessas práticas também não serem sempre levadas a sério mesmo naquela época.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Podemos tranquilamente dizer que a Idade Média era um universo mais mágico do que o atual, uma vez que esse tipo de dominação era muito mais aceita e difundida entre os habitantes. Se estudarmos essa época, encontraremos práticas mágicas em todos os grupos da sociedade e em todos os contextos.
Isso quer dizer que seria possível ver pessoas tentando invocar demônios ou simplesmente canalizar a chamada "magia natural". Para alguns curandeiros, a magia natural se concentrava nas propriedades ocultas de ingredientes conhecidos por possuírem poderes potentes. Um exemplo disso eram víboras pulverizadas ou o uso de sapos verdes do prado — ambos empregados no tratamento para fístulas, as feridas dolorosas em cavalos.
Na maioria das vezes, essas substâncias eram misturadas em medicamentos e ingeridas pelos animais. No pior dos casos, seria necessário recorrer às forças divinas e tentar uma intercessão por parte de santos cristãos e figuras sagradas. Logicamente, com o conhecimento que temos hoje em dia, é evidente que nem todo tipo de prática utilizada na Idade Média tinha qualquer tipo de fundamento e seria efetiva nos dias atuais.
Porém, é inegável notarmos que os seres humanos daquela época já possuíam forte apego pelos seus animais de estimação e que os precursores da medicina veterinária já estavam dando os primeiros passos para descobrir novos tratamentos para alguns casos extraordinários.