Mistérios
20/11/2022 às 05:00•2 min de leitura
Se a pandemia de covid-19 foi devastadora, um dado curioso tem chamado a atenção de pesquisadores: essa é a primeira vez na história que estudos mostram um declínio nos índices de Quociente de Inteligência (QI) da população mundial desde que o teste foi criado em 1904.
Sendo assim, é possível dizer, em determinado nível, que nós estamos ficando mais burros. Embora existam críticas dentro da comunidade científica de que o QI não avalia completamente o intelecto humano — inclusive pelo próprio criador do teste — essa segue sendo a medida de inteligência mais utilizada no mundo. Entenda mais sobre o assunto nos próximos parágrafos!
(Fonte: Shutterstock)
Um fato sobre o QI é que esse tipo de índice está diretamente correlacionado à qualidade de ensino do planeta. Além disso, até 2020, tornou-se um padrão que as pontuações de QI aumentassem constantemente em três pontos ou mais por década, algo que foi batizado de "efeito Flynn".
No entanto, dois estudos recentes, feitos pela Brown University e pela Columbia University, concluíram que o desenvolvimento cognitivo está em declínio pela primeira vez na história. De acordo com as pesquisas, bebês nascidos durante a pandemia perderam 22 pontos de QI, o equivalente a sete décadas de ganhos até aqui.
Os números mostram que as perdas são ainda mais agravantes para crianças de nível socioeconômico mais baixo. Para medir o resultado, os pesquisadores pontuaram o desenvolvimento cognitivo e motor de 700 crianças com idades entre 3 meses e 3 anos, com base em parâmetros de desenvolvimento apropriados. Esses números, então, foram convertidos em pontuações de QI.
(Fonte: Pixabay)
Antes mesmo da pandemia ter início, pesquisadores já imaginavam que o QI global poderia estar caindo. Porém, a magnitude da queda nesse atual momento é completamente sem precedentes. Por mais que os cientistas ainda não tenham conseguido cravar o exato motivo pela queda do QI médio, algumas hipóteses passaram a ser ventiladas.
A primeira delas seria o estresse dos pais, uma vez que as dificuldades econômicas e de saúde da covid-19 fizeram com que as mães dos últimos anos presenciassem maior estresse durante a gravidez, provavelmente impactando negativamente os fetos e os cérebros de recém-nascidos.
Além disso, o fato de os humanos estarem mais online e terem passado mais tempo em isolamento social pode ter implicações negativas diretas no desenvolvimento infantil. Por fim, alguns pesquisadores acreditam que o uso de máscaras faciais faz com que as pessoas se tornem mais inexpressivas, o que deixaria os bebês mais agitados — esse ponto, no entanto, é altamente questionado.
Os cientistas ressaltam, entretanto, que o QI não é uma medida fixa e pode voltar a aumentar ao longo da vida. Logo, talvez seja necessário um período de adaptação a esse novo momento que estamos vivendo para que os nossos jovens voltem a e apresentar bons resultados.