Parasita controlador de mentes torna lobos líderes da matilha

02/12/2022 às 09:002 min de leitura

Um fato impressionante desperta o interesse de um grupo de pesquisadores no Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos. Nos últimos anos, lobos infectados pelo parasita unicelular Toxoplasma gondii demonstraram maior probabilidade de se tornarem líderes de suas matilhas. 

Segundo os pesquisadores, isso acontece porque esses parasitar alteram o comportamento de seu hospedeiro, incitando-os a tomar atitudes de alto risco. O estudo também indica que esse tipo de comportamento pode ter impactos dramáticos na aptidão e distribuição do lobo cinzento em território nacional. Entenda a situação!

Lobos manipulados

(Fonte: Shutterstock)(Fonte: Shutterstock)

Conforme explica o artigo publicado na revista Communications Biology, foi possível identificar um aumento substancial nas chances de dispersão e de se tornar um líder da matilha entre os lobos com sinais de infecção por T. gondii no sangue. O estudo também ressalta que a toxoplasmose, doença causada pelo parasita, está em toda parte em Yellowstone. 

Embora o T. gondii só possa se reproduzir sexualmente e completar seu ciclo de vida em felinos, esse tipo de parasita se sente extremamente bem dentro de qualquer hospedeiro de sangue quente. Indivíduos com o sistema imunológico em dia normalmente conseguem manter os sintomas da doença sob controle. No entanto, esse é um parasita de impacto duradouro e que pode levar a aumento dos níveis de testosterona e mudanças comportamentais até mesmo em humanos com infecções crônicas.

Inclusive, esse tipo de infecção faz com que ratos tenham menos medo de gatos, hienas estejam mais propensas a brigar com leões africanos e chimpanzés com leopardos — o que ajudaria o parasita a completar seu ciclo de vida. No caso dos lobos de Yellowstone, a doença costuma surgir pelo contato com pumas infectados na região. 

Coleta de dados

(Fonte: Shutterstock)(Fonte: Shutterstock)

Para entender mais sobre a situação que ocorre no parque, os pesquisadores examinaram quase três décadas de dados sobre lobos que foram capturados, soltos e monitorados na região. Então, eles descobriram que os lobos infectados eram mais propensos a se envolver em comportamentos de risco do que aqueles que estavam com a saúde em dia.

O comportamento nocivo incluía abandonar suas famílias para começar novas matilhas, onde teriam duas vezes mais chances de se tornarem líderes — o que muitas vezes implicava em brigas violentas com outros candidatos. Porém, é preciso ressaltar que a toxoplasmose não oferece apenas glória para essas criaturas. 

Lobas grávidas que sofrem com uma infecção aguda podem abortar um aninhada inteira. Além disso, a redução do medo entre infectados os torna mais propensos a sofrer ferimentos fatais durante lutas. Segundo os autores, também existe a probabilidade dos lobos doentes colocarem suas matilhas em risco, os levando destemidamente para outros lobos ou para o território de pumas. 

O artigo ressalta que analisar as implicações das infecções parasitárias dentro da vida selvagem é algo essencial para entendermos mais sobre os impactos dessas criaturas em indivíduos, grupos, populações e até mesmo em processos ecossistêmicos. 

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