Ciência
18/12/2022 às 06:30•2 min de leitura
O planeta Terra gira em torno de seu eixo com uma inclinação de 23,5 graus. Logo, isso quer dizer que não estamos exatamente retos dentro do Universo. Segundo especialistas planetários, é bastante provável que algum tipo de colisão inicial no Sistema Solar contra o nosso mundo tenha feito com que ele adquirisse essa inclinação.
No entanto, o que aconteceria se nós estivéssemos girando de lado em uma inclinação de 90 graus? Supondo que isso fosse possível, a Terra seria bastante diferente de como nós a conhecemos atualmente. Entenda mais sobre essas mudanças!
(Fonte: Shutterstock)
Em primeiro lugar, a diferença mais brusca no caso do mundo girar de lado em seu eixo se daria pelas mudanças sazonais ao longo do ano. A inclinação em 90 graus certamente mudaria quais áreas teriam invernos com neve e quais regiões seriam conhecidas pelos seus verões mais quentes.
O ajuste na inclinação também mudaria quais partes da Terra receberiam luz solar 24 horas por dia — o que já acontece em algumas partes do mundo por causa da nossa atual situação de inclinação. Porém, uma inclinação de 90 graus colocaria, por exemplo, todos os Estados Unidos nessa faixa terrestre, mudando por completo a maneira como humanos e a vida selvagem se reproduzem, sem contar a produção dos hormônios naturais do sono.
A situação mais alarmante, no entanto, ainda não foi citada. Essa mudança brusca na inclinação com certeza causaria estragos irreparáveis no gelo do Polo Norte, derretendo-o e causando graves inundações nas cidades costeiras do mundo todo. Por fim, a mudança na cobertura global de água mais quente também seria responsável pela aparição de tempestades mais poderosas, o que inevitavelmente colocaria mais pessoas em risco.
(Fonte: Shutterstock)
Por conta do eixo em 90 graus, determinado hemisfério do planeta receberia 24 horas por dia de luz nos sete dias da semana por meses a fio, até que experimentasse a situação reversa tempos depois. A princípio, os animais teriam que aproveitar essa luz extra para encontrar e comer mais comida.
Isso já acontece com muitas espécies que hibernam, o que já faz com que os filhotes cresçam mais rápido durante o verão. As plantas, por sua vez, veriam um crescimento nunca visto antes. Uma vez que recebem energia diretamente da luz solar, teriam que aproveitar a exposição contínua para florescer e se reproduzir.
Porém, se animais e plantas prosperariam, os humanos encontrariam dificuldades. Nós evoluímos para sermos mais ativos durante o dia e dormir à noite. Com a exposição sem fim à luz solar, nosso cérebro pararia de produzir o hormônio melatonina — que precisamos para dormir. Com isso, casos de privação do sono, depressão e de transtorno afetivo sazonal seriam cada vez mais comuns.
Com tantas mudanças bruscas acontecendo simultaneamente, não demoraria para que nossos sistemas de produção colapsassem e a maioria dos ecossistemas desmoronasse em nossas mãos. Então só nos sobraria assistir de perto as extinções em massa. Para nossa sorte, o mundo não é assim!