Ciência
07/02/2023 às 13:00•2 min de leitura
É bastante comum ouvir as pessoas dizendo que a vida é curta demais e que por isso precisamos aproveitá-la ao máximo. Adultos mais velhos muitas vezes se arrependem de ter perdido tempo com uma ou outra atividade — tempo este bastante precioso para o ser humano, cuja expectativa de vida média é de pouco mais de 70 anos.
Mas e se desse para praticamente "parar no tempo", envelhecendo mais lentamente — ou quem sabe até reverter e deixar de envelhecer —, evitando doenças comuns à terceira idade e ficando jovem por muito mais tempo?
(Fonte: Getty Images)
Ainda que nossa expectativa de vida tenha quase dobrado entre os anos de 1900 e 2020, viver por mais tempo não necessariamente é uma coisa tão boa. É claro que ter a possibilidade de ficar entre nossos entes queridos por muito mais anos, poder curtir um pouco mais os nossos hobbies e até mesmo ter tempo para conhecer mais pessoas e lugares é uma ótima perspectiva de vida. O problema é que, por mais que demoremos mais a morrer, ainda estamos fadados ao envelhecimento.
Ficar mais velho não significa apenas ganhar mais experiência de vida: com o tempo nossas células vão perdendo a capacidade de se renovar, abrindo as portas para os malefícios do envelhecimento. Conforme nossa idade vai ficando mais avançada, vamos nos tornando mais suscetíveis a doenças, como câncer, Alzheimer, diabetes tipo 2, artrite, etc.
Não é à toa que a ciência vem há anos buscando formas de combater, desacelerar e até impedir o envelhecimento de seres humanos. Este objetivo já foi alcançado com ratos em laboratórios, permitindo aos roedores viver por mais tempo enquanto que continuam jovens por períodos bem longos.
Para isso foram utilizadas drogas, como rapamicina, metformina e acarbose, todas comuns em alguns tipos de tratamentos de doenças em humanos.
(Fonte: Getty Images)
O cientista Gregory Fahy sugere que o envelhecimento biológico pode ser revertido tratando o timo, uma glândula que estimula o desenvolvimento de células T que, por sua vez, combatem doenças. O tratamento consiste em injetar na glândula doses de hormônio de crescimento, assim rejuvenescendo o timo e o sistema imunológico. Fahy e outros cientistas chegaram a testar o tratamento em si mesmos e os resultados parecem promissores.
Mas a nova aposta da ciência em sua busca pela juventude eterna faz com que as células praticamente envelheçam ao contrário. Para isto, cientistas têm utilizado cada vez mais tecnologias como inteligência artificial e big data, grandes aliadas aos que buscam aperfeiçoar técnicas de reprogramação celular.
Em 2006, um pesquisador japonês chamado Shinya Yamanaka fez uma descoberta que lhe rendeu um Prêmio Nobel: ele foi capaz de reprogramar células adultas a um estado similar ao de embriões, revolucionando o campo da biologia celular e abrindo as portas para mais formas de tratar doenças. Cientistas agora buscam aprimorar a técnica de reprogramação celular e aplicá-la em seres humanos para "curar" o envelhecimento.