Cérebros humanos vêm diminuindo de tamanho há 3 mil anos?

22/02/2023 às 12:042 min de leitura

Segundo algumas estimativas científicas, desde a última vez que o Homo compartilhou um ancestral em comum com os chimpanzés, as dimensões de nosso cérebro praticamente quadruplicaram, sendo que isso aconteceu no decorrer de 6 milhões de anos.

Contudo, algumas pesquisas recentes sugerem que nossos cérebros tenham diminuído de tamanho desde o fim da última Era do Gelo. Para muitos cientistas, o momento exato e as razões para isso ter ocorrido permanecem um mistério. Mas, segundo o referido estudo, que chamou muito a atenção do meio científico, o cérebro acabou por reduzir seu tamanho pelo simples fato de termos nos tornado mais civilizados.

O cérebro é o órgão mais enigmático e sofisticado do corpo humano. Segundo a pesquisa citada, ele começou a diminuir há cerca de 3 mil anos. A título de curiosidade, tal descoberta foi possível graças as formigas, usadas como modelo para demonstrar porque os cérebros podem diminuir ou aumentar de tamanho.

Inteligência coletiva e a diminuição do cérebro humano

(Fonte: holdendrils / Pixabay/ Reprodução)(Fonte: holdendrils / Pixabay/ Reprodução)

Como dissemos anteriormente, um grupo de cientistas concluiu que o nosso cérebro passou por uma redução em suas dimensões no decorrer do período de transição para sociedades humanas modernas, algo que aconteceu a mais ou menos 3 mil anos atrás.

Segundo o coautor dessa pesquisa, James Traniello, da Universidade de Boston, o estudo foi conduzido por uma equipe multidisciplinar: um neurobiólogo evolutivo, um ecologista comportamental e um antropólogo biológico. 

Os três pesquisadores começaram a investigar a evolução do cérebro humano e descobriram um fato curioso: pesquisas sobre humanos e formigas poderiam ajudar a entender o é que possível na natureza com relação ao cérebro. Isso, segundo James.

O estudo foi publicado na revista eletrônica especializada Frontiers in Ecology and Evolution, e lança uma nova perspectiva sobre nossa "massa cinzenta".

(Fonte: OpenClipart-Vectors / Pixabay/ Reprodução)(Fonte: OpenClipart-Vectors / Pixabay/ Reprodução)

De acordo com os pesquisadores, a capacidade de nossos ancestrais de guardar informações externamente por meio de grupos sociais, fez com que nós perdêssemos a necessidade de manter cérebros grandes.

A hipótese relatada no estudo, teve como base fósseis humanos e uma comparação feita com os padrões evolutivos observados em colônias de formigas.

Traniello explica que, embora as sociedades das formigas e a humana sejam significativamente diferentes e tenham seguido caminhos diversos quanto a evolução social, as formigas compartilham com o ser humano aspectos importantes de sua vida social. Alguns exemplos são a tomada de decisões em conjunto, produção do próprio alimento e repartição do trabalho.

Conforme o especialista, as semelhanças entre essas duas “sociedades” completamente distintas, pode contribuir de forma significativa para estudos que buscam entender o que pode causar alterações no tamanho do cérebro.

De forma geral, os cérebros tendem a consumir muita energia. Sendo assim, o processo de externalização do conhecimento feito pelos humanos, fez com que o cérebro necessitasse de menos energia, resultando em um favorecimento para sua diminuição.

Nem todo mundo concorda

(Fonte: Pete Linforth/ Pixabay/ Reprodução)(Fonte: Pete Linforth/ Pixabay/ Reprodução)

Já Brian Villmoare, antropólogo da UNLV, assim como o cientista Mark Grabowski, da Universidade John Moores de Liverpool, não concordam muito com as conclusões de James e sua equipe.

Villmore diz haver uma série de implicações aqui. Ele destaca que a redução cerebral apontada no estudo citado, ocorreu em uma era em que muitas inovações importantes aconteceram no mundo, bem como eventos históricos. Por exemplo, o surgimento da civilização olmeca, o desenvolvimento da escrita chinesa, o surgimento do Novo Reino do Egito, entre muitos outros casos. 

De acordo com Villmoare, ao reexaminar os dados da pesquisa, não é possível afirmar categoricamente que as dimensões do cérebro humano sofreram alterações. O antropólogo vai além: ele afirma que, com base no conjunto de dados em questão, não foi possível notar nenhuma diminuição do cérebro dos humanos modernos.

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