Mistérios
31/03/2023 às 09:00•2 min de leitura
Em uma mina de urânio abandonada em Königstein, no sudeste da Alemanha, pesquisadores descobriram um ecossistema de formas de vida “alienígenas” prosperando em um ambiente aparentemente inóspito.
O local remonta a década de 1960, quando se tornou um importante centro de mineração de urânio até ser inundado nos anos 1990 devido ao declínio na produção. Muito tempo depois, os responsáveis pela manutenção notaram estranhas formas de vida começando a se enraizar dentro das paredes alagadas, levando-os a chamar cientistas para investigar.
(Fonte: Zirnstein et al/MicrobiologyOpen/National Library of Medicine/Reprodução)
No local, foram identificados vários micróbios na área escura e úmida. Os pesquisadores observaram a complexidade dos espécimes, sendo a maioria deles eucariontes multicelulares, ou seja, seres que mesmo sendo simples, são capazes de dividir suas funções corporais entre células de diferentes tipos.
De acordo com suas descobertas, o baixo pH, as altas concentrações de sulfato e de metais pesados permitiram que os seres prosperassem. Muitos dos organismos são bactérias que adoram ácidos, o que significa que geram energia alimentando-se das abundantes reservas de ferro e enxofre da mina.
(Fonte: Zirnstein et al/MicrobiologyOpen/National Library of Medicine/Reprodução)
Os eucariontes alimentam-se das bactérias que devoram ácidos e, por sua vez, são consumidos por outras criaturas maiores, formando uma cadeia alimentar altamente eficaz e bem elaborada. Os cientistas estavam particularmente interessados na cadeia alimentar estruturada dos microorganismos, que desempenha um papel substancial na ciclagem do carbono nas comunidades de drenagem ácida de minas.
(Fonte: Andre Joose/Reprodução)
A mina de Königstein não é o único lugar inóspito que encontraram formas de vida avançadas. Em 2007, pesquisadores que estudavam o reator quatro de Chernobyl encontraram vários tipos de fungos que pareciam estar se alimentando da radioatividade do local.
Além disso, até mesmo algumas bactérias são capazes de prosperar nas profundezas do Oceano Ártico, cercadas por um grande campo de fontes hidrotermais com baixo teor de oxigênio e alta pressão.
(Fonte: Unsplash/Reprodução)
É essencial observar que, embora tudo isso seja emocionante, não significa que as minas de urânio abandonadas sejam seguras ou adequadas para habitação humana. A mineração do elemento químico pode ter graves impactos ambientais, e esses lugares podem representar riscos à saúde devido à contaminação radioativa. Portanto, devem ser monitoradas de perto e adequadamente mantidas para garantir que não representem uma ameaça à saúde ou a natureza.
A descoberta de vida na mina de urânio de Königstein destaca a incrível tenacidade da vida na Terra e desafia nossa compreensão do que constitui um ambiente habitável, além de ter implicações para a astrobiologia e sugerir que a vida pode ser capaz de sobreviver mesmo nas condições mais adversas.