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11/04/2023 às 06:29•3 min de leitura
O mundo animal nos proporciona inúmeras curiosidades todos os dias — é por isso que temos tantos artigos sobre eles aqui no Mega Curioso. Mas existem fenômenos que vão além do nível da curiosidade: são acontecimentos únicos, que são presenciados pouquíssimas vezes.
Na verdade, os animais dessa lista são os únicos no planeta com essas características. Um órgão bizarro, uma dinâmica social super diferente... São espécies muito mais originais que nós humanos, que somos tantos pelo mundo.
Fonte: GettyImages
Começando pelo animal que está na capa da matéria, os babuínos podem ser muito agressivos quando querem. Eles costumam viver em grupos dominados por um "macho alfa" e por várias fêmeas, normalmente mais tranquilas.
Contudo, nos anos 1980, um surto de tuberculose atingiu um grupo de babuínos em cheio e matou justamente os machos alfa mais agressivos. Depois disso, diferentemente do que se poderia esperar, esse grupo não foi dominado por outro macho briguento: as fêmeas e os babuínos "pacíficos" criaram uma nova dinâmica social.
O cientista Robert Sapolsky continuou acompanhando esse grupo pelos 20 anos seguintes e descobriu que essa dinâmica se manteve, mesmo quando os babuínos mais velhos morriam e outros nasciam. Ou seja, a nova filosofia "pacifista" era ensinada aos membros mais jovens.
Fonte: Wikimedia Commons
Não, nós não estamos falando daquele seu colega de trabalho chato, mas existe, sim, um animal que realmente não tem o ânus no lugar fixo: trata-se da espécie Mnemiopsis leidyi — a única no reino animal com essa característica.
O que acontece é que esse tipo de água-viva (também chamado de carambola-do-mar) só vai comendo e acumulando os dejetos dentro do corpo. Quando seu intestino está muito inchado, ela consegue abrir um buraco em um local aleatório e jogar tudo para fora.
Então, o "ânus" fecha e o bicho volta a se alimentar. Quando ele tiver que defecar de novo — o que acontece a cada uma hora, entre os adultos — um novo buraco se abrirá em outro lugar.
Fonte: GettyImages
O louva-a-deus é um animal bastante curioso: a começar pelo nome, que remete à postura do inseto, que parece estar rezando. Isso sem falar no ritual de acasalamento que termina com a fêmea literalmente se alimentando do macho — mas isso outras espécies também fazem.
O que realmente não acontece em nenhuma outra espécie é a presença de só um ouvido. O louva-a-deus tem um único órgão que capta ondas sonoras e ele fica dentro do tórax. A maior utilidade desse ouvido ciclope é captar os barulhos ultrassônicos dos morcegos, que são seus predadores naturais.
Por conta desse ouvido bem diferente, os cientistas passaram muito tempo achando que os louva-a-deus eram surdos.
Fonte: GettyImages
A extinção de uma espécie é um acontecimento bem triste para a natureza. Agora imagine uma espécie que foi extinta duas vezes? É o que aconteceu com o íbex-dos-pireneus, uma subespécie de cabra, que vivia nas montanhas da França e Espanha.
No fim dos anos 1990, só restava uma única fêmea, chamada Célia. Em janeiro de 2000, ela morreu esmagada por uma árvore e a espécie foi extinta.
Como os cientistas tinham colhido muito material genético de Célia, resolveram fazer um clone dela — numa tentativa de ressuscitar a espécie. Os embriões foram inseminados em centenas de fêmeas de subespécies semelhantes, mas só um animal nasceu. Enquanto o filhote viveu, o íbex-dos-pireneus foi "desextinto". Mas a alegria durou pouco: só sete minutos.
Fonte: Wikimedia Commons
Eu quase deixei esse item de fora da lista porque as mixinas (também chamadas de feiticeira ou peixe-bruxa) são muito feias e eu não queria ter fotos delas salvas no meu computador (e essa imagem acima é uma das menos bizarras, acredite).
Mas a aparência estranha é só uma amostra da anatomia bizarra desse animal. Ele é a única espécie, em todo o planeta, que tem crânio, mas não tem coluna vertebral ou esqueleto. Os cientistas acreditam que os ancestrais do peixe-bruxa eram vertebrados, mas perderam seus ossos ao longo da trajetória evolutiva.
Além disso, esses animais conseguem produzir quantidades enormes de muco como proteção contra predadores. Esse muco é tão espesso que parece slime ou amoeba — a ponto dos seus predadores ficarem presos. Aí, o peixe-bruxa espirra e se solta, deixando o predador lá.
Fonte: Wikimedia Commons
Os cometas só aparecem uma vez em décadas ou séculos — e essa espécie de roedor, nativa da Colômbia, é mais ou menos assim. O Santamartamys rufodorsalis foi descoberto em 1898 e outro bicho igual só foi visto em 1913. Então, quase um século passou antes de outra aparição do ratinho. Tanto que cogitaram que ele estivesse extinto.
Mas o Santamartamys, que tem esse nome por viver na Sierra Nevada de Santa Marta, deu o ar de sua graça em 2011. Ele posou para fotos e vídeos por duas horas, antes de se embrenhar de novo na floresta. Agora, não sabemos quando outro vai aparecer novamente.