Homens creem que a falta de carne afeta sua masculinidade, sugere estudo

07/05/2023 às 08:002 min de leitura

Em diversos países, há uma onda crescente de pessoas que optam por dietas vegetarianas. Contudo, estudos têm mostrado que as mulheres são mais propensas a abrir mão da carne em relação aos homens, que são mais resistentes a esta mudança de comportamento. E por que isto acontece?

Segundo os pesquisadores da Australian National University, a resposta pode estar na muito conhecida "masculinidade tóxica". Os homens podem resistir à mudança para dietas vegetarianas ou veganas porque eles se sentiriam mais "masculinos" ao comer carne.

O estudo analisou 4.897 homens e mulheres australianos por meio de uma pesquisa online que avaliava sua postura em relação ao consumo de carne, e sua autoavaliação quanto ao seu próprio gênero. Os pesquisadores então mensuraram o quanto essas pessoas se sentiam masculinas ou femininas, para depois verificar se isso era um fator que se relacionava com o seu consumo de carne.

Eles acabaram descobrindo que homens que se consideravam muito masculinos estavam menos propensos a reduzir o seu consumo de carne, o qual avaliavam como "necessária". Já as pessoas (homens e mulheres) com autoavaliações mais neutras ou típicas estavam mais propensas a classificar a carne como "boa" ou "natural" – o que pode sugerir que estariam mais inclinadas a optar por dietas veganas ou vegetarianas.

A questão da masculinidade e a carne

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

Os pesquisadores australianos consideraram que seus resultados reiteram estudos anteriores e confirmaram esta relação da carne com a masculinidade. Um dado interessante é que as mulheres que se consideram mais femininas também estariam mais propensas a comer carne.

Atualmente, as taxas de vegetarianismo e veganismo na Austrália são baixas, o que faz com que certos cientistas sociais estudem as razões que afastam os cidadãos e cidadãs do país desta postura. Os pesquisadores consideram que os resultados do estudo podem ser usados posteriormente para gerar campanhas de marketing feitas por entidades que visam estimular a redução do consumo de carne.

Eles ainda fazem a observação de que a pesquisa usou como método a autopercepção dos entrevistados, o que significa que podem existir vieses que não foram capturados nas respostas. Contudo, o aspecto da autoavaliação também pode trazer um ponto interessante aos resultados, pois ele traria essa dimensão sociológica por trás de um hábito alimentar, inserindo-se também em estudos de gênero.

Algumas das hipóteses sugeridas pelo estudo é que a adoção do veganismo ou do vegetarianismo possa ser vista como uma espécie de "violação" das normas sociais sobre o que significa ser homem e mulher na cultura australiana. Deste modo, quem se considera mais conformado dentro das normas de gênero estaria menos propenso a abandonar a carne. Outra sugestão é que estas pessoas sejam mais conservadoras – e, por isso, também teriam opiniões conservadoras acerca do consumo de carne.

Contudo, todos esses aspectos merecem uma investigação mais profunda, e os resultados podem se alterar em culturas diferentes – como a brasileira.

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