Estilo de vida
28/06/2023 às 09:00•3 min de leitura
Após a tragédia que causou a morte dos cinco tripulantes do submarino Titan, que implodiu enquanto tentava chegar perto do famoso transatlântico Titanic — que está naufragado a 3,8 mil metros nas profundezas do Oceano Atlântico —, a mídia internacional passou a produzir inúmeras histórias a respeito do fundo do mar.
No entanto, o Titanic não está nem um pouco fundo quando comparado ao ponto mais baixo da superfície terrestre: a depressão Challenger, uma fenda a mais de 11 mil metros debaixo d'água na fossa das Marianas, localizada no oeste do oceano Pacífico. Ficou curioso para saber mais sobre esse lugar assustador? Veja só essa lista que separamos com seis fatos a respeito da fenda!
(Fonte: GettyImage)
Após o acidente que implodiu o submarino Titan, diversas reportagens afirmaram que o diretor de cinema James Cameron já havia feito mais de 30 expedições para olhar o naufrágio do Titanic mais de perto. No entanto, esse não é o único profundo do mundo que Cameron já visitou em sua vida.
O diretor do filme Titanic (1997), participou de uma exploração que desceu até a depressão Challenger. Em 2012, Cameron pilotou um submersível — o qual ele ajudou a projetar pessoalmente — a 10.908 metros de profundidade, estabelecendo um novo recorde mundial.
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Um fato curioso sobre a depressão Challenger é que o explorador Victor Vescovo, um investidor norte-americano que desceu a 10.927 metros em 2019, encontrou algo completamente assustador no fundo do mar: uma sacola plástica e embalagens de doces que estava repousando no fundo da Fossa das Marianas.
A descoberta de tais objetos apenas mostram como os seres humanos estão degradando o planeta — incluindo seus pontos mais profundos.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Em 2009, a Fossa das Marianas recebeu o título de Monumento Nacional dos Estados Unidos, principalmente como estratégia do governo norte-americano para proteger os organismos raros que prosperam em suas profundezas. A ação visava resguardar o ecossistema submerso e suas formas de vida, como camarões e caranguejos do fundo do mar.
“Vale a pena preservar uma grande diversidade de montes submarinos e fontes hidrotermais”, afirmou a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA em comunicado oficial. Por lei, todo monumento nacional do país é protegido por cerca de 246 mil km².
(Fonte: GettyImages)
Assim como acontece na atmosfera da Terra, o fundo do oceano pode ser descrito em camadas. A parte superior é chamada de zona epipelágica, ou zona de luz solar, estendendo-se por apenas 200 metros abaixo da superfície da água. No meio tempo, existe a zona mesopelágica, ou zona crepuscular, marcada pelo final da zona solar até cerca de 1 mil metros.
Depois disso, surge a zona batipelágica, ou zona da meia-noite, e abaixo dela está a zona abissopelágica, que se estende de 4 mil metros a 6 mil metros de profundidade. Nessas áreas, poucas formas de vida conseguem sobreviver e a água já é completamente desprovida de luz.
A depressão Challenger, no entanto, está ainda mais longe disso tudo e fica dentro da zona hadal. Essa parte das profundezas foi nomeada para Hades, o deus grego do submundo que era conhecido por governar os mortos.
(Fonte: Wikimedia Commons)
A zona hadal da Fossa das Marianas é um dos habitats da Terra menos explorados pelos seres humanos. Pelo fato do local estar localizado em profundidades esmagadoras sem luz solar, acreditava-se que nada poderia sobreviver ali.
Contudo, essa era uma crença mentirosa. Em 2005, pesquisadores descobriram que minúsculos organismos unicelulares chamados foraminíferos — um tipo de plâncton — residem na depressão Challenger. Na ausência de luz solar, essas criaturas se beneficiam das águas ricas em nutrientes liberadas pelas fontes hidrotermais e vulcões de lama que existem na região.
(Fonte: GettyImages)
Em termos científicos, o fundo do oceano é uma das coisas mais misteriosas existentes no Universo. Inclusive, atualmente a humanidade possui mapas melhores sobre as superfícies da Lua e de Marte do que das profundezas do nosso próprio planeta. Segundo o NOAA, apenas 20% do fundo do mar foi mapeado até hoje — apesar das dezenas de milhares de anos gastos em pesquisa.
Por conta disso, ainda não se sabe exatamente o quão fundo é a Fossa das Marianas. Esforços para trazer imagens mais detalhadas da região acontecem todos os anos, mas a vastidão e escuridão da zona oceânica mais profunda dificultam toda a situação. Na última atualização feita em 2021, estima-se que a depressão Challenger possua 10.935 metros de profundidade.