Ciência
12/07/2023 às 13:00•2 min de leitura
Recentemente, um novo estudo feito por pesquisadores da Nova Zelândia acabou descobrindo uma nova espécie de pequenos pinguins que viviam pela região há três milhões de anos. Embora a espécie já tenha sido extinta, alguns de seus parentes próximos — como o pinguim-azul —, ainda vivem na Austrália, Tasmânia e pelo território neozelandês.
Segundo o estudo publicado no Journal of Paleontology, a espécie extinta foi batizada de pinguim-de-wilson (Eudyptula wilsonae), pequeníssimos animais e extremamente fofos. As criaturas foram identificadas depois dos paleontólogos terem estudado dois crânios fossilizados desenterrados na Ilha Norte da Nova Zelândia.
(Fonte: GettyImages)
De acordo com o artigo publicado, a espécie recém-descrita é agora o pequeno pinguim extinto mais antigo conhecido por pesquisadores. Tal descoberta sugere que espécies como os pinguins-de-wilson são residentes consistentes das costas da Nova Zelândia há milhões de anos e foram evoluindo com o tempo.
Como o grupo de estudos possui apenas os crânios dos animais extintos para analisar — e não seus esqueletos completos —, ainda é impossível ter certeza do tamanho real que esses animais tinham. Contudo, os pesquisadores suspeitam que essas aves teriam estatura muito semelhante aos dos pinguins-azuis de hoje, que pesam cerca de um quilo e têm cerca de 35 centímetros de altura.
Os pinguins extintos, no entanto, tinham crânios ligeiramente mais estreitos do que as espécies conhecidas hoje. As novas descobertas fornecem informações relevantes sobre a linhagem e a evolução dessas pequenas criaturas, sugerindo que o grupo se originou na Nova Zelândia e acabou se espalhando pela região. Outro fator impressionante destacado pelos cientistas é notar o quão pouco essa linhagem de pinguins mudou ao longo do tempo.
(Fonte: GettyImages)
Um fato positivo listado pelos pesquisadores é que, embora os pinguins-de-wilson sejam uma espécie extinta, a linhagem desses animais conseguiu resistir as diversas mudanças climáticas na região durante os últimos séculos. Inclusive, espécies como os pinguins-azuis ainda estão prosperando.
Estudos feitos pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) os lista como uma espécie de "menor preocupação" e estima que cerca de 470 mil espécimes ainda estejam andando por aí hoje em dia. Entretanto, os números positivos não significam que uma ameaça não esteja presente.
Alguns dados recentes sugerem que a mudança climática causada pelo homem pode estar afetando a adaptação desses pinguins. No verão passado, por exemplo, alguns banhistas na Nova Zelândia encontraram os corpos de centenas de pinguins-azuis na costa norte do país.
No momento, os pesquisadores acreditam que fenômenos como o aquecimento global contínuo pode afetar a flora e a fauna do país e pretendem analisar os crânios dos pequenos pinguins extintos para buscar respostas no passado. Como próxima etapa, eles esperam usar os dados pré-históricos para criar uma "previsão de biodiversidade" do que pode acontecer com o ecossistema no futuro.