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25/02/2023 às 10:00•2 min de leitura
Por eras, a Nova Zelândia tem sido um paraíso para os pássaros das mais variadas espécies. Devido à falta de predadores terrestres, moas, kiwis, papagaios, pinguins e diversas outras aves que não voam tiveram a oportunidade de viver em paz.
Recentemente, um aviário da Nova Zelândia ganhou dois novos integrantes de um passado distante: pinguins gigantes pré-históricos. Uma das espécies é um gigante musculoso que andou pela costa do país há cerca de 60 milhões de anos e pesava em torno de 154 kg – tanto quanto um gorila adulto.
Até agora, a ave é considerada a mais pesada já encontrada pela ciência.
(Fonte: Simone Giovanardi/Bruce Museum/Reprodução)
Classificada como Kumimanu fordycei, os restos dessa intrigante espécie de pinguim foram encontrados com mais oito espécimes, no interior de pedras na área da praia de North Otago. Destes, cinco pertenciam a outra espécie, o Kumimanu biceae.
Segundo Daniel Ksepka, paleontólogo atuante do Bruce Museum de Connecticut e coautor do estudo sobre esses animais publicado no Journal of Paleontology, um dos pontos mais difíceis de avaliar foi a altura do animal, visto que os fósseis do Kumimanu fordycei estavam incompletos. Aqui, cabe uma breve explicação: os fósseis foram encontrados em 2017, mas somente agora é que estudos mais aprofundados puderam ser feitos.
De qualquer forma, as pesquisas do paleontólogo conseguiram estimar que o pássaro gigante poderia ter tido algo entre 1,50 e 1,80m. Quanto a espécie menor, que também foi encontrada no local, os especialistas a nomearam de Petradyptes.
As rochas onde esse pássaro monstro foi encontrado datam de um período entre 59,5 a 55,5 milhões de anos atrás. Para comparação, o pinguim-imperador, o maior da atualidade, pode pesar até 39 quilos. Ou seja, passa muito longe do Kumimanu fordycei.
Estimativa do tamanho do Kumimanu fordycei. (Fonte: Daniel Ksepka/Bruce Museum/Reprodução)
Os cientistas responsáveis pelo estudo dos fósseis encontrados conseguiram estimar o peso da ave gigante por meio de modelos 3D do úmero enorme da ave. Então, fizeram comparações envolvendo a forma e o tamanho dos antigos pinguins e dos atuais, mais especificamente, dos ossos das nadadeiras. Os esforços geraram resultados e levaram a estimava aproximada de 154 quilos.
Antes da descoberta do K. fordycei, o maior pinguim já documentado pela ciência era o Palaeeudyptes klekowskiii. Essa ave viveu há 37 milhões de anos na Antártica e pesava algo em torno dos 116 quilos, enquanto sua altura podia chegar a 1,80m.
Um ponto interessante levantado por Ksepka é que mesmo considerando o tamanho enorme do K. fordycei, isso não significa necessariamente que uma ave ainda maior não estivesse presente no local.
(Fonte: Simone Giovanardi/NYT/Reprodução)
Para os especialistas por trás dessa descoberta, ambas as espécies encontradas sugerem que esses pinguins podem ter sido alguns dos primeiros do período pré-histórico. Além disso, eles apresentavam algumas semelhanças com pássaros que podiam voar, bem como se mover debaixo da água.
No entanto, não tinham nadadeiras desenvolvidas tão eficientemente como as encontradas nos pinguins atuais. Aliás, uma curiosidade interessante é que eles podem ter perdido a capacidade voar por darem preferência às atividades na água.